No mês passado, a inauguração do Aquático foi barrada pelo parecer técnico favorável da SPTrans, atendendo à solicitação do MP-SP.
O Aquático SP, pioneiro transporte hidroviário de São Paulo, recebeu autorização do Tribunal de Justiça de São Paulo para iniciar suas operações na Represa Billings. Este avanço vem após a suspensão temporária das viagens no mês anterior, quando medidas em relação a potenciais impactos ambientais foram requeridas pelo Ministério Público do Estado (MP-SP). A solicitação para retomada das atividades partiu da SPTrans, garantindo assim mais uma opção de mobilidade aquática na região.
O ônibus aquático do Aquático SP agora está liberado para navegar nas águas da Represa Billings, trazendo uma alternativa inovadora e ecológica para os deslocamentos na capital paulista. Com a resolução favorável da Justiça, moradores e turistas poderão desfrutar da conveniência e beleza proporcionadas pelo transporte aquático, fortalecendo a integração entre diferentes áreas da cidade de São Paulo. Esta conquista representa um marco importante para a mobilidade urbana sustentável, evidenciando o potencial e a importância do Aquático SP na região.
Aquático SP: Primeiro Transporte Hidroviário de São Paulo
A Prefeitura de São Paulo afirma ter realizado estudos detalhados que garantem a segurança do Aquático SP para a represa. Além disso, ressaltou o parecer técnico favorável da Companhia Ambiental do Estado (Cetesb). O próximo passo desafiador será a operação, considerando que a Transwolff, empresa de ônibus aquático designada para o serviço, está sob investigação do MP-SP por possíveis ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Prefeitura anunciou que assumirá o sistema do Aquático SP e implementará as ações necessárias para dar início à operação assistida, sem fornecer detalhes imediatos. A linha de ônibus aquático conectará a região do Mar Paulista, na Pedreira, ao Cantinho do Céu, no Grajaú, com a proposta de otimizar o transporte para aproximadamente 385 mil moradores. Esse novo modal deve facilitar o acesso ao Terminal Santo Amaro.
O veículo aquático passou por testes durante a gestão de Ricardo Nunes (MDB), com a inauguração do Aquático SP inicialmente planejada para o final de março, após adiamentos consecutivos (com previsões anteriores de início das atividades entre outubro e novembro).
Em relação a possíveis impactos ambientais, o Ministério Público de São Paulo tinha movido uma ação civil pública questionando falhas no licenciamento, falta de estudos abrangentes sobre consequências e potenciais riscos para passageiros e moradores locais, bem como a disseminação de substâncias tóxicas presentes no lodo da represa. Os testes foram interrompidos devido a essas questões.
Em uma nova decisão judicial, o relator Nogueira Diefenthaler afirmou não existir evidências de ‘dano excepcional que justificasse a interrupção do projeto-piloto’. Além disso, o desembargador destacou que a Cetesb não identificou impactos ambientais significativos que respaldassem a suspensão do licenciamento.
A inauguração do Aquático SP estava prevista para ser operada inicialmente pela empresa TransWolff, que foi alvo da operação Fim da Linha do MP-SP, investigando atividades criminosas de empresas de transporte público na capital. A empresa é suspeita de ter conexões com o PCC.
Ricardo Nunes afirmou em entrevista recente que rescindirá todos os contratos com a TransWolff e outras empresas investigadas, se comprovado o envolvimento com o crime organizado. O Aquático SP é uma das principais promessas do prefeito para a periferia da zona sul, em sua campanha pela reeleição em outubro, competindo eleitorado com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Como reportado pelo Estadão em fevereiro, sete empresas de transporte público estão sob investigação por suspeita de vínculos com organizações criminosas, sendo responsáveis por transportar 27,5% dos passageiros de ônibus na capital e recebendo um total de R$ 2 bilhões em contratos.
Fonte: @ Exame
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