Almeida, convidado para celebração religiosa na Igreja Batista da Água Branca, criticou ideologia do ódio que apoia prisão de mulheres estupradas.
CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) – Silvio Almeida, o ministro de Direitos Humanos, recebeu aplausos de evangélicos ao se posicionar contra o PL Antiaborto durante um culto que frequentou na noite de sexta-feira (21). Almeida foi convidado a comparecer à cerimônia religiosa na Igreja Batista da Água Branca, localizada na zona oeste de São Paulo, por um dos pastores da igreja.
No culto, Silvio Almeida, o ministro de Direitos Humanos, destacou a importância de respeitar a diversidade de opiniões e a liberdade de escolha das mulheres. Sua fala foi recebida com entusiasmo pelos presentes, que reconheceram a relevância do debate sobre o tema. Almeida reforçou que a defesa dos direitos humanos deve ser uma prioridade em qualquer discussão política.
Almeida, Silvio; na Celebração dos Direitos Humanos
Durante sua intervenção, o ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, expressou sua preocupação com a disseminação da ideologia do ódio, que prega a criminalização de mulheres vítimas de estupro. Ele enfatizou que aqueles que apoiam uma abordagem policial violenta estão indo contra os próprios policiais, e estão equivocados em sua visão. Apesar de ter recebido apoio por suas palavras, uma parcela dos evangélicos se mostra a favor de um projeto de lei que equipara a pena do aborto à do homicídio.
O projeto, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), conhecido como o porta-voz do pastor Silas Malafaia na Câmara, levanta debates acalorados. Cavalcante, um dos herdeiros políticos do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha, é membro ativo da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo e um defensor fervoroso de pautas conservadoras no cenário político.
A urgência da proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados, mas o presidente Arthur Lira (PP-AL) decidiu adiar a votação após a repercussão negativa. Durante sua fala, Silvio Almeida destacou a importância da relação entre o cristianismo e os direitos humanos, buscando estreitar os laços entre os evangélicos e o governo, que enfrenta resistência por parte dos religiosos.
A presença de Almeida, um católico, na cerimônia foi solicitada pelo pastor Ed René Kivitz, líder de uma igreja reconhecida por suas posições progressistas no meio evangélico. Kivitz foi um dos poucos a se posicionar publicamente contra uma possível reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), sendo elogiado por sua coragem. Em contrapartida, o pastor Zé Marcos Silva, de Coqueiral (PE), alertou para as artimanhas de uma ala político-religiosa que, segundo ele, manipula as massas com discursos enganosos.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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