Comissão Europeia rejeita investigação formal sobre a união Microsoft-OpenAI após analisar relação empresarial e regulamento de fusões da UE.
O investimento de US$ 13 bilhões da Microsoft na OpenAI parece ter evitado uma investigação formal por parte dos órgãos de fiscalização de fusões da União Europeia, o que tranquilizou os receios de possíveis problemas no relacionamento entre as empresas. A Comissão Europeia concluiu que a união não configura uma aquisição, e que a Microsoft não exerce controle sobre a direção da OpenAI, informações fornecidas por fontes próximas ao assunto. As ações da Microsoft registraram queda de 0,3% às 12h20 em Nova York, refletindo a incerteza do mercado em relação ao investimento.
Embora a maioria dos negócios analisados de acordo com o regulamento de fusões da UE sejam posteriormente aprovados pelos órgãos de fiscalização de Bruxelas, as autoridades não hesitam em vetar a operação se surgirem preocupações de concorrência que não possam ser resolvidas dentro de prazos específicos. O aporte financeiro da Microsoft na OpenAI, que promoveu mais inovação e competição em IA, manteve a independência de ambas as empresas, como apontado em declarações anteriores. A parceria entre Microsoft e OpenAI se destaca pela grande quantidade de poder computacional necessária para impulsionar o avanço da IA generativa.
Investimentos em IA impulsionam o setor de computação em nuvem
A implementação de sistemas por trás de plataformas como o ChatGPT e a Bard, desenvolvida pelo Google, tem gerado um aumento significativo na demanda por serviços em nuvem e na capacidade de processamento disponíveis. Um exemplo disso é a OpenAI, que se tornou um cliente importante da infraestrutura de nuvem da Microsoft. Por sua vez, os três maiores fornecedores de computação em nuvem do mundo – Microsoft, Amazon e Google – têm atuado como investidores ativos em startups de inteligência artificial nos últimos tempos.
A empresa de IA Anthropic recebeu um aporte financeiro de US$ 4 bilhões da Amazon e outro de US$ 2 bilhões do Google, estabelecendo também uma parceria com a empresa de IA Cohere em 2021. Paralelamente, a Microsoft tem buscado estabelecer mais parcerias com startups de IA, como evidenciado por um investimento de US$ 16 milhões na empresa de tecnologia francesa Mistral AI no início deste ano.
Os investimentos maciços da Microsoft, totalizando US$ 13 bilhões, na OpenAI chamaram a atenção dos reguladores, incluindo a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido, a Comissão Federal de Comércio dos EUA e o braço antitruste da UE. Esses órgãos levantaram preocupações concorrenciais, especialmente após um incidente envolvendo a demissão e recontratação de Sam Altman como CEO da OpenAI no ano passado.
O CEO da Microsoft, Satya Nadella, desempenhou um papel fundamental na negociação e defesa da reintegração de Altman na empresa, chegando a oferecer emprego a Altman e outros funcionários que consideravam deixar a OpenAI. O conselho da OpenAI concordou em readmitir Altman e, em seguida, estabeleceu um conselho interino de três membros, incluindo a Microsoft como observadora sem direito a voto.
Essa situação levou os reguladores a analisar de perto o acordo, com o órgão de fiscalização do Reino Unido investigando se houve uma mudança no equilíbrio de poder entre as empresas que pudesse favorecer um lado em detrimento do outro. Paralelamente, a Comissão Federal de Comércio dos EUA iniciou investigações preliminares sobre o caso. A UE, por sua vez, afirmou que avaliaria os investimentos da Microsoft como parte de uma análise mais ampla dos riscos anticompetitivos associados à participação das Big Tech nas tecnologias de IA de próxima geração.
Fonte: @ Info Money
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