Bioma, com 60 milhões de cabeças de gado e 36% do rebanho nacional, é alvo de críticas ambientais e monitoramento de fornecedores.
Felizmente, não houve a necessidade de intervenção de órgãos externos para garantir a sustentabilidade na cadeia de produção. Nesse caso, os frigoríficos optaram por estabelecer um protocolo específico para a aquisição de gado na região do Cerrado, sem pressão externa. É louvável ver o setor privado assumindo o compromisso com práticas mais responsáveis e transparentes.
O comprometimento das empresas com esse documento reflete a importância de seguir diretrizes claras em relação aos fornecedores de gado. Esse regulamento interno é um passo significativo para garantir a proteção ambiental e o respeito às comunidades locais. É fundamental que outros setores sigam o exemplo e adotem medidas proativas para promover a sustentabilidade em suas operações.
Longos anos de elaboração do protocolo pelo Imaflora, Proforest e NWF
Imaflora, Proforest e NWF dedicaram um extenso período de quatro anos para coletar contribuições da indústria de alimentos, Ministério Público e entidades de produtores, visando à elaboração do protocolo. Esse documento, que representa uma diretriz fundamental para o setor, tem como objetivo estabelecer padrões claros e eficientes para a atividade.
A assinatura de Termos de Ajustamento por empresas como JBS, Minerva e Marfrig é um passo significativo na implementação e adoção desse protocolo pela indústria. Essas grandes empresas já estão alinhadas com as regulamentações propostas, demonstrando compromisso com as práticas sustentáveis no setor.
Desafios e metas da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (ABIEC)
A Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (ABIEC) estabeleceu como meta que todos os seus associados adotem os padrões de monitoramento em todo o Brasil dentro de um prazo de dois anos. Essa diretriz reflete o compromisso do setor em garantir a conformidade com os critérios socioambientais estabelecidos no protocolo.
Impacto ambiental no Cerrado e a importância do monitoramento voluntário de fornecedores
O Cerrado tornou-se alvo de preocupação ambiental, especialmente diante do aumento da pressão pelo combate ao desmatamento na Amazônia. Com dados impressionantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, que indicam a relevância do bioma na produção pecuária, o monitoramento dos fornecedores ganha destaque como estratégia essencial para garantir a sustentabilidade ambiental.
As declarações de Liège Correia, diretora de sustentabilidade da JBS, ressaltam a necessidade da aplicação de protocolos em diversos biomas, não se limitando ao Cerrado. Essa abordagem ampla e holística visa assegurar que as boas práticas sejam adotadas em todas as regiões produtoras.
Implementação do Protocolo de Monitoramento Voluntário de Fornecedores de Gado
O Protocolo de Monitoramento Voluntário de Fornecedores de Gado é um documento abrangente que estabelece 11 critérios essenciais para garantir a conformidade socioambiental dos criadores. Essa diretriz serve como um importante guia para promover a produção e aquisição responsáveis de gado, especialmente no contexto do Cerrado.
A Marfrig, ao rastrear seus fornecedores diretos e indiretos, demonstra um comprometimento efetivo com a transparência e a sustentabilidade em sua cadeia de suprimentos. O gerente de sustentabilidade da empresa, Leonel Almeida, destaca a importância da padronização dos critérios socioambientais em toda a cadeia produtiva, o que fortalece a aplicação do protocolo de forma consistente.
Similaridades entre os protocolos do Cerrado e da Amazônia
Os critérios estabelecidos no protocolo do Cerrado guardam semelhanças significativas com as diretrizes adotadas na Amazônia para a compra de gado. A análise de sobreposição de áreas sensíveis, a verificação de condições trabalhistas e ambientais e a fiscalização da origem dos animais são aspectos essenciais presentes em ambos os protocolos.
A experiência bem-sucedida do Protocolo Boi na Linha, implementado na Amazônia, serviu de base e inspiração para a criação do protocolo do Cerrado. A harmonização progressiva das regras do setor, aliada à colaboração entre diferentes entidades, mostra o caminho para a promoção da sustentabilidade no agronegócio brasileiro.
Fonte: @ Info Money
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