David Cohen, CEO do IAB EUA, fala sobre desafios do mercado dos EUA sem lei geral de privacidade: cookies de terceiros e soluções alternativas são temas-chave.
Em um mundo cada vez mais conectado, a privacidade dos usuários se torna uma preocupação constante. De acordo com a consultoria eMarketer, os Estados Unidos se destacam como líderes globais no cenário da publicidade digital, movimentando um total de US$ 263 bilhões em investimentos no setor. A importância da privacidade dos dados dos consumidores é fundamental para garantir uma experiência segura e confiável.
Além disso, a proteção e a segurança dos dados dos usuários são aspectos essenciais a serem considerados pelas empresas que atuam nesse mercado. Garantir a confidencialidade das informações pessoais dos clientes é um compromisso que deve ser priorizado em todas as estratégias de marketing digital. A transparência e o respeito à privacidade dos usuários são fundamentais para construir relacionamentos sólidos e duradouros no ambiente digital. mercado
Desafios da Privacidade de Dados no Mercado Digital
No entanto, segundo o CEO do IAB local, David Cohen, diante do crescimento de novas mídias, como varejo, streaming, TV conectada e outras, o mercado ainda enfrenta desafios relacionados à falta de uma lei geral de privacidade de dados. Desde 1996 em operação nos Estados Unidos, o foco do IAB mudou drasticamente. Anteriormente dedicado a estabelecer padrões de tamanho de anúncios para websites, hoje a organização discute temas mais abrangentes e fundamentais para a publicidade digital, como brand safety e proteção de dados.
Nesse sentido, um dos assuntos recorrentes tratados nos últimos anos foi a descontinuação do uso de cookies de terceiros por navegadores como Safari, da Apple, e Chrome, do Google. O Google deu início ao desligamento dos rastreadores este ano, mas recentemente anunciou o fim do projeto. De acordo com Cohen, o mercado norte-americano foi pego de surpresa com a decisão do Google. ‘Durante quatro anos, estávamos nos preparando para a inevitabilidade da depreciação dos cookies de terceiros’, contou Cohen, em entrevista ao Meio & Mensagem.
Desafios da Confidencialidade de Dados no Mercado Digital
Cohen é um dos convidados do evento AdTech & Branding 2024, realizado na próxima semana, em São Paulo. O CEO avalia que a demanda por privacidade e soluções alternativas ao uso de cookies de terceiros não se restringe ao Google, mas teme retrocesso na indústria. ‘O mercado não se move até que seja necessário. Nosso medo é que as marcas continuem a fazer o que sempre fizeram e não avancem, mas estamos tentando garantir que isso não aconteça’, diz. Falta de lei geral de privacidade de dados A respeito da privacidade de dados, os Estados Unidos ainda não conta com uma lei geral, como a GDPR, na Europa, e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), no Brasil.
Atualmente, alguns estados do país contam com leis estaduais, como a California Consumer Privacy Act (CCPA), que entrou em vigor em 2020. ‘Hoje, temos 19 estados com leis de privacidade de dados em vigor, e todas são diferentes. Há algumas semelhanças entre elas, mas a complexidade delas invariavelmente vai prejudicar o crescimento do mercado. É complicado e caro conseguir cumprir todas as 19 leis estaduais’, diz. A falta de uma legislação geral sobre o assunto desafia o mercado, que se adapta a diferentes diretrizes, afirma Cohen. ‘Estamos há cerca de 10 anos atrasados em relação a isso. Além disso, temos novidades como a IA. É muito difícil criar uma lei para IA quando não temos uma lei básica de privacidade de dados. Então, isso vai se acumular. Estamos tentando aprovar uma lei de privacidade infantil também. É definitivamente um desafio para a indústria acompanhar. Até termos uma lei nacional, acho que as pessoas continuarão a agir da maneira que acreditam ser responsável no mercado’, afirma.
Além disso, o Senado dos Estados Unidos aprovou duas legislações em prol da proteção de crianças e adolescentes online: a Lei de Segurança Online para Crianças (KOSA) e a Lei de Proteção à Privacidade Online de Crianças e Adolescentes.
Fonte: @ Meio&Mensagem
Comentários sobre este artigo