Em 2021, 17 mil casamentos foram registrados pelo IBGE, apesar dos problemas sociais no Brasil, com meninas se casando antes dos 18 anos e abandonando a escola.
O casamento precoce, um desdobramento da pobreza e da ausência de oportunidades, representa um desafio social significativo no Brasil. Segundo a ONU, Organização das Nações Unidas, o país figura como o quarto no ranking mundial de casos envolvendo meninas que se unem em casamento precoce antes dos 18 anos. Em 2021, conforme informações do IBGE, foram registrados 17 mil casos somente no Brasil.
A luta contra o casamento infantil e a união precoce exige esforços coordenados em diversas frentes, como educação, políticas públicas e conscientização. A erradicação do casamento prematuro é crucial para garantir um futuro digno e promissor para as crianças e adolescentes, protegendo-as de situações que comprometam seu desenvolvimento pleno e sua saúde mental e emocional.
Casamento Precoce: Uma Realidade Alarmante no Brasil
No Brasil, o casamento infantil é uma triste realidade que atinge principalmente as regiões Norte e Nordeste, áreas marcadas por problemas sociais como altos índices de pobreza e baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Diariamente, cerca de 40 meninas com até 17 anos se veem envolvidas em uniões precoces, em uma tentativa muitas vezes equivocada de lidar com a situação de carência econômica de suas famílias.
A justificativa por trás do casamento prematuro muitas vezes envolve a esperança de segurança e estabilidade financeira, porém, as consequências negativas são alarmantes. O casamento precoce expõe as jovens a diversos tipos de violência e frequentemente resulta no abandono dos estudos. Estudos apontam que 30% das meninas que abandonam a escola no Ensino Médio no Brasil são aquelas que se casaram antes dos 18 anos.
Os riscos e impactos do casamento precoce vão além do abandono escolar. Eles incluem uma série de efeitos negativos que vão desde problemas de saúde até menores oportunidades de trabalho e renda mais baixa na vida adulta. A gravidez na adolescência, decorrente em grande parte dos casamentos precoces, colabora para a perpetuação do ciclo de pobreza e aumenta a vulnerabilidade das jovens a situações de violência doméstica.
Os dados revelam que a maioria das adolescentes que se tornam mães precocemente acaba fora do ambiente escolar, o que resulta em menor autonomia, limitações de escolha e oportunidades reduzidas de desenvolvimento pessoal e profissional. Além disso, as estatísticas das Nações Unidas demonstram que uma em cada quatro adolescentes casadas ou em união estável sofreu violência física ou sexual cometida pelo parceiro.
Embora a legislação brasileira permita o casamento a partir dos 16 anos com autorização dos pais, medidas mais abrangentes são necessárias para combater o casamento precoce. Um projeto de lei em discussão na Câmara dos Deputados propõe proibir o casamento e união civil de menores de 18 anos como forma de enfrentar essa questão complexa.
Anna Cunha, do Fundo de População das Nações Unidas, defende que além da mudança na legislação, é essencial melhorar as condições socioeconômicas, oferecer educação de qualidade, trabalhar para diminuir as desigualdades de gênero e promover novas formas de masculinidades. A transformação social e legal é fundamental para proteger as jovens e garantir a construção de um futuro mais igualitário e seguro para as mulheres no Brasil.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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