Déficit primário de R$ 58,4 bi em fevereiro é o maior para o mês. Meta de resultado primário continua a mesma apesar da repactuação de dívidas dos estados.
O déficit orçamentário continua sendo uma preocupação para o governo, conforme afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. Mesmo diante do programa de repactuação de dívidas dos estados, a meta de resultado primário deste ano permanecerá a mesma.
A situação fiscal do país apresenta um resultado negativo, impactando diretamente as decisões do governo. Diante desse cenário, medidas precisam ser tomadas para reverter o déficit e garantir a estabilidade econômica.
Tesouro: Déficit é o maior para o mês de fevereiro, em termos reais
Seguindo a meta de resultado primário zero, Ceron destacou em uma coletiva os dados do relatório do Resultado do Tesouro Nacional, divulgados recentemente. A meta estabelecida é zero, porém os ministérios do Planejamento e da Fazenda preveem um resultado negativo de R$ 9,3 bilhões. A repactuação da dívida dos Estados, com a contrapartida de ampliar as matrículas no ensino médio profissionalizante, é considerada vantajosa para todos os envolvidos, beneficiando a produtividade do trabalho.
O Programa Juros por Educação, apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem como objetivo reduzir os juros da dívida dos estados com a União. Em contrapartida, os estados devem aumentar as vagas para alunos no ensino médio técnico em suas redes de educação. O saldo devedor total dos estados atinge a cifra de R$ 740 bilhões.
São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais são responsáveis por R$ 660 bilhões desse montante, representando 90% do total da dívida. Ceron ressaltou que se todos os Estados aderirem à proposta de taxa de juro real de 2%, com a condição de dobrarem as matrículas, o impacto para União será de R$ 8 bilhões anualmente.
O secretário afirmou que essa proposta não comprometerá o esforço fiscal para a recuperação das contas do governo. O déficit primário de R$ 58,4 bilhões do governo central registrado em fevereiro foi o maior para o mês em termos reais na história, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional. A série histórica se inicia em 1997.
No acumulado de 12 meses até o mês passado, o governo central apresentou um déficit de R$ 212,2 bilhões, equivalente a -1,66% do Produto Interno Bruto (PIB). Destaca-se que o déficit de fevereiro deste ano superou o registrado no mesmo mês do ano passado, evidenciando a necessidade de medidas para reverter esse resultado negativo.
O trabalho em programas como a repactuação de dívidas e o estímulo ao ensino técnico são essenciais para alcançar uma melhoria no cenário econômico e fiscal do país. A atenção constante ao déficit e às metas de resultado primário será fundamental para garantir a estabilidade financeira e o crescimento sustentável. *Com informações da Agência Brasil
Fonte: @ Valor Invest Globo
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