Jovem atriz protagoniza filme sobre ditadura militar, convive com soldados e procura pais em ‘As Polacas’ e ‘Ainda Estou Aqui’.
Valentina Herszage é a personagem principal de O Mensageiro, recente longa-metragem dirigido por Lúcia Murat e que explora um dos períodos mais obscuros da história do Brasil: a ditadura militar. A talentosa atriz de 26 anos vive uma militante jovem que é detida e submetida a torturas, enquanto a narrativa também destaca a convivência com um dos soldados durante esse período autoritário.
O filme O Mensageiro, sob a direção de Lúcia Murat, lança luz sobre os horrores vivenciados durante a ditadura militar no Brasil. Valentina Herszage, com sua atuação marcante, retrata de forma intensa a realidade de uma jovem militante que enfrenta a repressão do regime militar. A trama revela a complexidade das relações entre os personagens em meio ao contexto autoritário da época.
Memórias da Ditadura Militar
‘A minha geração é muito descolada deste período, mas meu bisavô foi preso em 1964 e minha avó ia visitá-lo na solitária com o filho bebê no colo’, relata uma jovem militante. Valentina, convidada para O Mensageiro, enfrentou desafios para conciliar as filmagens com outro trabalho, mas seguiu em frente. ‘Ela disse ‘fica tranquila, se o personagem for para ser seu, ele vai voltar’. Achei meio clichê, mas me deu uma acalmada’, recorda.
Desafios e Superação
Shico Menegat e Valentina Herszage em ‘O Mensageiro’ — Foto: Divulgação. Valentina se preparou para interpretar Vera, uma personagem marcada pelas lembranças da ditadura militar. Assistiu a documentários como Torre das Donzelas e Fico te Devendo uma Carta sobre o Brasil, que abordam o período autoritário. ‘Meu bisavô era contra-almirante da Marinha e em 1964, foi preso, ficou em Niterói [no estado do Rio]. Ouvi muito sobre como os militares invadiram a casa de minha avó para levá-lo’, destaca.
Conexões no Silêncio
Vera passa a maior parte do tempo em uma cela, tendo como único contato com o exterior o soldado Armando, interpretado por Shi Menegat. Armando procura os pais de Vera, vividos por Floriano Peixoto e Georgette Fadel, em busca de uma relação de confiança. O filme explora a relação entre os personagens, marcada por silêncios e empatia, revelando questões como machismo e conservadorismo.
Coragem e Resiliência
A diretora Lúcia Murat, que participou do movimento estudantil e da luta armada, trouxe sua experiência pessoal para a narrativa de Vera. Em uma cena emocionante, Vera relata em um tribunal militar os horrores que enfrentou na prisão. Valentina destaca a coragem de Lúcia em abordar o ponto de vista do soldado Armando, trazendo nuances e complexidades à história. ‘Lúcia é muito aberta e uma pessoa fácil de conversar. Ela me ajudou a compreender melhor esse período sombrio da nossa história’, afirma Valentina.
Fonte: © Revista Quem
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