Vencimento próximo: título de longo prazo tem rentabilidade maior, taxas atrativas, em curva de juros com alta volatilidade.
A valorização dos investimentos no Tesouro Direto continua atraindo poupadores em busca de rendimentos na renda fixa. Recentemente, os Títulos do Tesouro vinculados ao IPCA têm se destacado ao proporcionar ganhos de 6% acima da inflação.
Para quem busca mais segurança em suas aplicações no Tesouro, o título mais atrativo tem sido o Tesouro IPCA+ 2029, que oferece os maiores retornos no momento. Dessa forma, os investidores têm encontrado no Tesouro Direto uma opção rentável e confiável para fazer seu dinheiro render com tranquilidade.
Títulos do Tesouro: Escolhendo entre Prazos Distintos
Normalmente, os títulos de longo prazo, como o Tesouro IPCA+ 2060, apresentam uma rentabilidade mais atrativa para os investidores. Isso se deve ao fato de que investir em prazos mais longos envolve mais riscos, uma vez que é complicado prever o cenário econômico e as condições futuras do país até o vencimento. Os papéis com vencimentos mais distantes também tendem a ser mais voláteis, sujeitos a oscilações mais intensas ao longo do tempo.
Por outro lado, quando o mercado começa a reavaliar suas projeções em relação à taxa Selic, os títulos de prazo mais curto geralmente são os mais impactados. Com um aumento da Selic no curto prazo, a atratividade desses títulos precisa se destacar para acompanhar a movimentação do mercado. Recentemente, o Boletim Focus indicou um aumento nas projeções da Selic, saindo de 9,13% para 9,50% até o final de 2024, com previsões de taxas ainda mais altas para 2025, em torno de 9%.
Em meio a essas mudanças, é fundamental considerar como os títulos do Tesouro são influenciados por fatores como risco fiscal, inflação e variações na taxa Selic. A alteração nas metas fiscais do Governo para 2025 impactou diretamente os retornos dos títulos, gerando aumento nas taxas. Essa mudança de cenário levanta dúvidas sobre a solidez fiscal do país e a confiança dos investidores no Tesouro, sob o receio de um aumento no risco de inadimplência.
Além disso, a expectativa de um adiamento nos cortes de juros nos Estados Unidos também repercute no mercado local, tornando os títulos do Tesouro uma opção concorrente com menor confiabilidade em comparação com os Treasuries americanos. Diante desse cenário, o Tesouro busca atrair investidores oferecendo taxas mais competitivas, afetando toda a curva de juros e proporcionando uma rentabilidade ampliada em toda a gama de prazos.
A alta volatilidade dos títulos reforça a complexidade do mercado financeiro, o que levou o Tesouro a suspender temporariamente as negociações em certos momentos para conter a instabilidade. Em meio a essas oscilações, é possível que investidores enfrentem desafios, mas entender as nuances do mercado pode ajudar na tomada de decisão. Questionamentos sobre a adequação de investimentos, como no Tesouro IPCA+ 2029, em um ambiente de incertezas fiscais e inflação persistente surgem, demandando análises cautelosas para otimizar os resultados.
Marcelo D’Agosto, consultor financeiro, destaca que, para os que conseguem manter o título até o vencimento, a atual conjuntura pode representar uma oportunidade valiosa para explorar as possibilidades no Tesouro Direto. É importante avaliar a realidade do mercado, considerar a curva de juros e a volatilidade dos títulos, para tomar decisões informadas e alinhadas com os objetivos de investimento a longo prazo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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