Funcionários querem negociar melhores salários e condições de trabalho, incluindo pisos salariais, liderança sindical e possível paralisação.
Cyn Carranza realiza a limpeza e manutenção dos pisos da Disneylândia durante a madrugada, garantindo que os visitantes que chegam pela manhã sintam-se como se fossem os primeiros a pisar no local. Após seus turnos próximos ao deslumbrante Castelo da Bela Adormecida, ela voltava para ‘casa’ — um carro —, durante aproximadamente quatro meses no ano passado, devido ao seu salário insuficiente, somado aos ganhos de outros dois empregos, para custear um aluguel com uma cama. Atualmente, as negociações por melhores salários e condições de trabalho para Carranza e milhares de colegas da Disneylândia tornaram-se mais desafiadoras, levando 9.500 funcionários a votarem em uma possível greve.
Com a aprovação praticamente certa da votação, a liderança do sindicato terá a responsabilidade de decidir se irá iniciar a paralisação. Essa medida poderá impactar significativamente as operações do parque e pressionar a empresa a atender às demandas dos trabalhadores, visando melhorias salariais e condições de trabalho mais justas. A mobilização dos funcionários reflete a importância de se buscar equidade e dignidade no ambiente de trabalho, mesmo que isso signifique interromper temporariamente as atividades da Disneylândia.
Greve na Disneylandia: Possibilidade de Paralisação Preocupa Funcionários
Autoridades da Disneylandia revelaram planos para manter os parques funcionando normalmente em meio a possíveis greves. Líderes sindicais indicaram que, se ocorrer uma greve, provavelmente será de curta duração, ao contrário das paralisações prolongadas de outros setores. Votações para autorizar greves são comuns, mas não garantem que elas ocorrerão, como foi o caso recente na UPS.
A questão central que motiva a possível greve na Disneylandia está relacionada aos salários e benefícios dos funcionários. O salário de Carranza, por exemplo, é um pouco acima de US$ 20 por hora, considerando os adicionais de turno noturno. No entanto, a insatisfação dos trabalhadores é evidente, com muitos apontando que o salário atual não condiz com o trabalho desempenhado.
A pressão por melhores condições salariais não é exclusiva da Disneylandia. Com o salário mínimo na Califórnia para trabalhadores de fast food atingindo US$ 20 por hora, outras indústrias estão sentindo o impacto da competição por mão de obra qualificada. Em Anaheim, onde está localizado o Disneyland Resort, os eleitores aprovaram uma medida para garantir um salário mínimo de quase US$ 20 a partir de 2024.
No entanto, mesmo com esses avanços, muitos trabalhadores ainda lutam para sobreviver em uma região onde o custo de vida é alto. Com o aluguel médio ultrapassando os US$ 2.000 por mês e uma parcela significativa da população vivendo na pobreza, um salário em torno de US$ 20 por hora não é suficiente para garantir uma vida digna.
Essa realidade é especialmente angustiante para funcionários como Coleen Palmer, que testemunharam as mudanças drásticas na acessibilidade na região ao longo dos anos. Palmer, que trabalha na Disneylandia há décadas, relembra uma época em que era possível alugar um apartamento com um salário modesto. Atualmente, a situação é bem diferente, com muitos trabalhadores enfrentando dificuldades financeiras.
A incerteza em relação às condições de trabalho e remuneração na Disneylandia reflete um cenário mais amplo de desigualdade e luta por direitos trabalhistas. Enquanto as negociações continuam entre os sindicatos e a administração, os funcionários aguardam ansiosos por resoluções que atendam às suas demandas e garantam um futuro mais brilhante no Castelo da Bela Adormecida.
Fonte: © CNN Brasil
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