Aos 52 anos, Raimundo Carlos da Silva, chefe Guajajara, sentia cansaço em atividades diárias e perdeu um terço de peso, atingindo 53kg. Sofria incontinência e pronto para uma triangulada de saúde: consultou no Programa TeleNordeste do Proadi-SUS, buscando atenção primária de um médico de baixa complexidade.
Aos 52 anos, Raimundo Carlos da Silva, cacique da etnia Guajajara, não entendia a fadiga que sentia nas atividades cotidianas e nem por que tinha perdido cerca de um terço do seu peso corporal em alguns meses, chegando a 53 kg. Ele começou a sentir problemas de incontinência urinária à noite, sem nenhum motivo aparente. A telemedicina foi fundamental para ele buscar ajuda médica, mesmo estando em uma região remota da Amazônia.
Através da teleconsulta, Raimundo foi diagnosticado com uma condição médica rara, que exigia tratamento especializado. A partir da telemedicina, ele pôde receber orientações precisas e dar início ao seu tratamento, melhorando significativamente sua qualidade de vida. O acesso à telemedicina foi crucial para a recuperação de Raimundo, evidenciando os benefícios dessa forma de atendimento remoto para comunidades distantes como a dos Guajajara.
Expansão do Acesso à Saúde Através da Telemedicina
Recentemente, um caso comovente ilustrou os benefícios da telemedicina em áreas remotas. Silva, um morador da Terra Indígena Bacurizinho, estava sofrendo os efeitos da desnutrição sem um diagnóstico preciso. A falta de acesso a uma consulta médica adequada parecia ser um obstáculo intransponível, já que a unidade de saúde mais próxima ficava a 150 km de sua aldeia, em Grajaú.
No entanto, a situação de Silva mudou quando ele teve a oportunidade de realizar sua primeira teleconsulta, também conhecida como consulta triangulada. Esse modelo inovador de atendimento envolve a interação entre um médico de atenção primária e um especialista, permitindo um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz. Foi durante essa consulta que Silva recebeu o diagnóstico de diabetes, um problema de saúde que antes passava despercebido.
O programa responsável por essa transformação na vida de Silva é o TeleNordeste, uma iniciativa do Proadi-SUS que tem revolucionado o acesso à saúde em diversas regiões. Desde o seu lançamento em 2022, o TeleNordeste já realizou mais de 53 mil teleconsultas em estados como Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Cinco hospitais filantrópicos renomados participam ativamente desse programa, contribuindo para a promoção da saúde em comunidades antes negligenciadas.
O atendimento às populações indígenas também é uma prioridade do TeleNordeste, com números significativos de teleconsultas realizadas em diversos estados. O Maranhão, por exemplo, se destaca como o estado com o maior número de atendimentos remotos, demonstrando o impacto positivo dessa abordagem inovadora na saúde das comunidades mais vulneráveis.
Ao analisar os dados de atendimentos por especialidade, percebe-se a amplitude e diversidade dos serviços oferecidos através da telemedicina. Desde consultas de psiquiatria e neurologia até orientações de enfermagem e nutrição, o TeleNordeste tem se mostrado uma ferramenta eficaz para o manejo de casos de baixa e média complexidade.
Segundo Camila Rocon, coordenadora médica de saúde digital do Hcor, a telemedicina não só facilita o acesso à atenção primária, mas também promove o treinamento e a capacitação dos profissionais de saúde locais. A interação entre médicos de família e especialistas fortalece a autonomia dos profissionais de saúde na ponta, permitindo uma abordagem mais abrangente e eficiente.
Em resumo, a telemedicina, em especial o programa TeleNordeste, está redefinindo a forma como a saúde é entregue em regiões remotas e carentes de recursos. Através da tecnologia e da colaboração entre especialistas, a telemedicina está promovendo a equidade no acesso à saúde e mudando vidas como a de Silva, que, graças a uma simples teleconsulta, recuperou sua saúde e qualidade de vida.
Fonte: © TNH1
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