Interações aumentam online, isolando; especialistas recomendam simplesmente turnos de médico, participação em organizações comunitárias, socialização face-a-face e estudos mostraram uma curva U sobre interações sociais online desaparecendo. (146 caracteres)
Quando o doutor Vivek Murthy fez uma jornada por universidades em todo o país no último outono, ele começou a ouvir a mesma pergunta várias vezes: como podemos nos conectar uns aos outros quando ninguém mais conversa? Em um momento em que a participação em organizações comunitárias, clubes e grupos religiosos diminuiu, e mais interações sociais acontecem online em vez de pessoalmente, alguns jovens estão relatando níveis de solidão que, em décadas passadas, eram tipicamente associados a adultos mais velhos. É uma das muitas razões pelas quais a solidão se tornou um problema tanto no início quanto no final de nossas vidas. Solidão tende a ser percebida com mais intensidade na juventude e na terceira idade.
Essa sensação de isolamento e desconexão pode levar a um estado de profunda tristeza. Mesmo em meio a uma sociedade cada vez mais conectada digitalmente, muitas pessoas se sentem solitárias e distantes umas das outras. É importante buscar formas de combater a solidão e promover interações significativas, tanto online quanto offline. A busca por conexões reais e momentos de compartilhamento pode ser a chave para superar a sensação de solidão e construir relacionamentos mais saudáveis e enriquecedores.
Solidão: Um Estudo Revela a Curva em Forma de U
Em uma pesquisa recentemente divulgada na revista Psychological Science, foi observado que a solidão segue um padrão em forma de U ao longo da vida das pessoas. Começando na juventude, a solidão tende a diminuir à medida que se aproxima a meia-idade, apenas para ressurgir após os 60 anos, tornando-se mais evidente por volta dos 80 anos.
Embora a solidão possa afetar qualquer pessoa, os indivíduos na meia-idade podem sentir uma maior conexão social do que outros grupos etários devido às interações frequentes com colegas de trabalho, familiares e membros da comunidade. Eileen K. Graham, professora associada de ciências sociais médicas na Faculdade de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern e autora principal do estudo, destaca que essas relações podem parecer estáveis e satisfatórias nessa fase da vida.
À medida que as pessoas envelhecem, as oportunidades de interação social podem começar a diminuir, conforme observado no estudo que analisou dados ao longo de décadas, desde os anos 1980 até 2018. Participantes nas extremidades etárias eram mais propensos a concordar com declarações como: ‘Sinto falta de ter pessoas ao meu redor’ ou ‘minhas relações sociais são superficiais.’
A analogia de Murthy sobre os ‘músculos sociais’ ressalta a importância de manter ativas as conexões sociais, que enfraquecem quando não são utilizadas. A solidão não controlada pode ter impactos negativos na saúde física e mental, sendo associada a problemas como doenças cardíacas, demência e ideação suicida.
Especialistas como Graham enfatizam a importância de pequenos passos para cultivar um senso de pertencimento e conexão social em qualquer idade. Hawkley, cientista que estuda a solidão na NORC, destaca a necessidade de construir uma rede social de qualidade antes que seja tarde demais, pois formar novas conexões pode se tornar mais desafiador com o tempo.
Estudos indicam que ter pelo menos quatro a seis relações próximas é benéfico, mas a qualidade e variedade dessas relações também são fundamentais. Holt-Lunstad, professora de psicologia e neurociência, ressalta a importância de diferentes tipos de relacionamentos para atender a diversas necessidades emocionais.
Ao refletir sobre seus relacionamentos, é essencial avaliar se há confiança, apoio e predominância de interações positivas. Cultivar conexões significativas ao longo da vida pode ser a chave para combater a solidão e promover o bem-estar emocional e mental.
Fonte: @ Estadão
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