Banco suíço prevê dois cortes dos juros americanos em setembro e dezembro, apostando no ciclo de corte de juros devido à robustez do mercado.
O corte de juros é um tema recorrente nos debates econômicos, especialmente agora com a inflação acima do esperado nos Estados Unidos em março. Essa situação tem gerado análises intensas entre os especialistas, que agora estão atentos ao possível impacto no índice de preços ao consumidor (CPI) ao longo do ano e, consequentemente, nas decisões que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tomará em relação aos cortes de juros.
Diante desse cenário, a discussão sobre a redução de juros ganha ainda mais relevância, buscando entender como as políticas monetárias serão ajustadas para lidar com as pressões inflacionárias. Os investidores e analistas estão atentos a cada movimento do Fed e suas sinalizações sobre a possibilidade de reduzir os juros para manter a estabilidade econômica. É um momento crucial para os mercados financeiros, que acompanham de perto as nuances dessas decisões e seu impacto nos diversos setores da economia.
Corte de Juros nos Estados Unidos: Expectativas e Análise do UBS
Em conformidade com a opinião geral do mercado, a previsão do UBS indicava que o início do ciclo de corte de juros se daria em junho, com uma redução de 0,25 ponto percentual. No entanto, os especialistas do banco suíço alteraram as projeções, apontando agora que a redução das taxas, que atualmente oscilam entre 5,25% e 5,50%, terá início em setembro.
De acordo com o relatório assinado por Jonathan Pingle, Pierre Lafourcade, Alan Detmeister, Amanda Wilcox e Abigail Watt, a perspectiva é de um único corte de 0,50 ponto percentual na taxa de juros ao longo deste ano, com uma redução inicial de 0,25 ponto percentual na reunião do Fomc em setembro, seguida por outra redução similar no encontro de dezembro.
Os economistas do UBS justificam essa postura considerando a robustez do mercado de trabalho, ressaltando a geração de 303 mil novas vagas nos Estados Unidos em março, número surpreendente que superou as expectativas. Esse desempenho acima do previsto joga a favor de adiar o início do ciclo de cortes de juros americanos.
A avaliação do CPI de março, que registrou uma inflação de 3,5% em 12 meses, aliada à contínua solidez do mercado de trabalho, apresenta obstáculos para uma mudança imediata na política monetária. Os sinais de resiliência da inflação em períodos anteriores reforçam a incerteza quanto à quantidade de cortes que efetivamente serão necessários.
Apesar da expectativa generalizada de redução de juros nos EUA, membros do Fed têm adotado um tom mais cauteloso. Jerome Powell, presidente do banco central americano, enfatizou que a economia forte permite uma abordagem prudente no ciclo de cortes de juros. Por sua vez, Neel Kashkari, presidente do Fed Minneapolis, indicou a possibilidade de ausência de cortes caso a inflação permaneça elevada.
No cenário brasileiro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, demonstrou preocupação em relação aos desdobramentos da política monetária americana. Durante um evento realizado pelo Bradesco BBI, Campos Neto mencionou a estabilização do processo de desinflação, com o CPI mantendo-se em torno de 3,2%, apontando para a necessidade de compreender as forças que impulsionarão a redução dos preços.
Fonte: @ NEO FEED
Comentários sobre este artigo