Ibovespa volta a 135 mil pontos antes do corte de juros nos EUA e aumento da Selic no Brasil, com risco fiscal e alta nos preços ao consumidor no mercado de capitais brasileira.
A bolsa brasileira enfrentou um dia de extremos nesta segunda-feira (16), antecedendo a superquarta, um período em que as decisões monetárias do Brasil e dos Estados Unidos coincidem, afetando diretamente os juros e a economia como um todo.
Com a proximidade da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que definirá os juros básicos da economia, os investidores estão atentos às taxas de juros e às taxas de câmbio. Além disso, a Selic, que é a taxa de juros básica da economia brasileira, também é um fator importante a ser considerado. Os prêmios de risco e os depósitos interfinanceiros também podem ser afetados pelas decisões monetárias, o que pode impactar a economia como um todo. A incerteza é grande e os investidores estão aguardando ansiosamente a decisão do Copom.
Impacto dos Juros no Mercado Brasileiro
O mercado brasileiro enfrentou um dia de altos e baixos, com o Ibovespa subindo 0,18% e fechando em 135.118 pontos. No entanto, o índice ainda acumula uma queda de 0,65% no mês e uma alta de 0,70% no ano. O volume financeiro foi de R$ 11,7 bilhões, abaixo da média diária dos últimos 12 meses.
A pressão inflacionária e o risco fiscal pesaram contra os ativos locais, mas ações de peso como a Petrobras e a expectativa de corte de juros nos Estados Unidos ajudaram a equilibrar a balança. Além disso, a falta de chuva e as queimadas podem interferir no índice de preços, com o encarecimento de produtos agrícolas.
Juros e Taxas no Brasil
De acordo com Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais, os juros futuros subiram no Brasil devido à expectativa de aumento de inflação e provável aumento de Selic. As taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiram de 10,94% para 10,95%, enquanto as taxas para janeiro de 2034 passaram de 11,81% para 11,90%. Essas taxas mais longas medem o risco fiscal, que é a capacidade do governo de manter as contas públicas em dia.
Câmbio e Juros Americanos
No câmbio, o dólar voltou a cair ante o real, que tende a se beneficiar do movimento esperado para quarta-feira, quando os juros americanos devem cair e a taxa brasileira seguir na direção oposta, aumentando. Isso torna os ativos locais mais interessantes, com um retorno maior para quem investir no Brasil, assumindo o risco que um mercado emergente traz consigo. O dólar recuou 1,03%, negociado a R$ 5,51.
Impacto dos Juros no Mercado Global
Com a possibilidade de um pequeno ciclo de alta dos juros no Brasil, enquanto nos Estados Unidos se aguarda o início do ciclo de cortes nas taxas, o real tem recuperado terreno perdido nos últimos dias. A valorização do real contrasta com a desvalorização do peso mexicano e outras moedas sul-americanas, mas segue a tendência global de enfraquecimento do dólar. Desde julho, os investidores estrangeiros vêm retornando à bolsa e ajudando no desempenho do Ibovespa.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo