Avião captura reentrada do satélite Salsa da Agência Espacial Europeia no sul do Oceano Pacífico, após vida útil, influenciado pelo vento solar e campo magnético terrestre.
Um avião alcançou um feito inédito ao capturar a primeira imagem de um satélite reentrando na atmosfera terrestre. O retorno do Salsa, lançado pela Agência Espacial Europeia (ESA) nos anos 2000, ocorreu a partir de uma órbita de alta velocidade, enquanto o objeto voava sobre o Oceano Pacífico. Essa foi uma conquista histórica para a ESA.
O Salsa foi o primeiro dos satélites da ESA a reentrar na Terra, marcando um importante marco na história da exploração espacial. A missão principal do Cluster, um conjunto de quatro satélites voando em formação tetraédrica na órbita terrestre, é investigar como o Sol e a Terra interagem. Essa interação é fundamental para entender como o vento solar afeta o planeta. Para isso, os objetos ficariam um tempo entrando e saindo do campo magnético terrestre, permitindo que os cientistas coletassem dados valiosos sobre essa interação.
O Fim de uma Era: A Missão Cluster e o Estudo do Vento Solar
A Agência Espacial Europeia (ESA) descreve a missão Cluster como uma oportunidade única para estudar o vento solar e seu impacto no nosso planeta em três dimensões. O vento solar, um fluxo constante de partículas subatômicas emitidas pelo Sol, pode causar danos significativos a satélites de comunicações e centrais elétricas na Terra. A missão Cluster, composta por quatro satélites em formação tetraédrica, foi originalmente programada para ter uma vida operacional de apenas dois anos, de fevereiro de 2001 a janeiro de 2003.
No entanto, a missão obteve resultados importantes e foi estendida várias vezes, culminando em uma vida útil de duas décadas. Agora, a missão está chegando ao fim, com a reentrada dos satélites na atmosfera da Terra, um a um. O primeiro satélite, o Salsa, aterrissou no Oceano Pacífico em 8 de setembro de 2024. Nos próximos dias, os demais satélites também realizarão a aterrissagem.
A Ciência da Reentrada e o Futuro dos Satélites
Ao estudar a reentrada dos satélites na atmosfera, a ESA está aprendendo muito sobre a ciência da reentrada. Essa abordagem pode ser aplicada a outros satélites quando eles chegarem ao fim de suas vidas. ‘Ao estudar como e quando o Salsa e os outros três satélites Cluster queimam na atmosfera, estamos a aprender muito sobre a ciência da reentrada, permitindo-nos, esperançosamente, aplicar a mesma abordagem a outros satélites quando estes chegarem ao fim das suas vidas’, explica o diretor de operações da ESA, Rolf Densing.
A missão Cluster também nos permite entender melhor o campo magnético terrestre e como ele interage com o vento solar. Além disso, a missão nos ajuda a entender melhor como os satélites podem ser projetados para resistir ao vento solar e ao campo magnético terrestre. Com a reentrada dos satélites, a ESA está encerrando uma era de estudos sobre o vento solar e o campo magnético terrestre, mas também está abrindo caminho para novas descobertas e avanços na exploração espacial.
Fonte: @Olhar Digital
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