Banco recorrerá de decisão sobre danos morais coletivos, condições de trabalho, medidas protetivas e bem-estar psicológico, apoiando programas de bem-estar.
A Santander recebeu uma sentença da Justiça do Trabalho para pagar uma indenização de R$ 1,5 milhão por danos morais coletivos. O caso envolveu a imposição de metas abusivas aos funcionários das agências bancárias de cidades como Ribeirão Preto (SP).
Essa situação evidencia a importância de as empresas definirem metas realistas que respeitem os limites dos colaboradores, visando a finalidade de garantir um ambiente de trabalho saudável e produtivo. É fundamental que o Santander repense suas práticas para alcançar seus objetivos sem prejudicar a saúde e o bem-estar de seus funcionários.
Busca por metas inatingíveis leva Santander a ação do MPT
Segundo informações divulgadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), o banco Santander foi alvo de uma ação civil pública devido à estabelecimento de metas, por vezes consideradas inatingíveis, sem a adoção de medidas protetivas em prol do bem-estar psicológico de seus funcionários. A decisão judicial determina que o banco adapte as condições de trabalho às necessidades psicofisiológicas dos colaboradores submetidos a essas pressões.
Procurado para comentar, o Santander afirmou que irá recorrer da decisão, enfatizando o respeito à legislação vigente e a existência de programas de promoção ao bem-estar e à saúde de seus colaboradores. Contudo, a sentença do juiz José Antonio Ribeiro de Oliveira Silva, da 6ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto, exige que, além das adaptações nas condições de trabalho, o banco emita o Atestado de Saúde Ocupacional contemplando os riscos ergonômicos e psíquicos aos quais os trabalhadores estão expostos.
Em caso de descumprimento, o Santander estará sujeito a multas significativas, estabelecidas em R$ 50 mil por cada item da sentença, acrescido de R$ 5 mil por trabalhador afetado. O banco confirmou que cabe recurso ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.
Inspeção revela danos morais coletivos no ambiente de trabalho do Santander
A investigação que culminou na ação contra o Santander teve início a partir de denúncias feitas à Gerência Regional do Trabalho, resultando na fiscalização de 19 agências bancárias em Ribeirão Preto e na lavratura de 68 autos de infração. Os auditores constataram que os Atestados de Saúde Ocupacional emitidos pelo banco não atendiam aos requisitos mínimos previstos na legislação trabalhista.
Durante o processo, o Santander alegou que não havia exposição a diversos tipos de riscos no ambiente de trabalho, defendendo que os Atestados de Saúde Ocupacional emitidos cumpriam as normas vigentes. No entanto, depoimentos de ex-funcionários revelaram uma realidade diferente, descrevendo a pressão intensa e até cruel para o cumprimento de metas, com exposição pública dos trabalhadores.
Os relatos mencionaram que as metas estabelecidas pelo banco eram frequentemente aumentadas pelos gerentes das agências, chegando a ultrapassar 200% do inicialmente proposto. Isso resultava em uma pressão excessiva sobre os funcionários, que se viam obrigados a superar as expectativas para compensar possíveis falhas de colegas, mantendo assim a meta estabelecida.
Dessa forma, a ação do Ministério Público do Trabalho visa não apenas a correção das condições de trabalho no Santander, mas também a proteção do bem-estar psicológico dos colaboradores, garantindo um ambiente laboral saudável e respeitoso. É fundamental que as empresas ajam em conformidade com as normas legais e priorizem a saúde e a segurança de seus trabalhadores, em vez de buscar metas a qualquer custo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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