Analistas preocupados com influências em estatais que não priorizam empresas. Potencialmente afeta resultados, ações e termos: interferência, política, empresa, estatal, arrecadação, governo, investimentos, mudanças, práticas, exploração. Costa de Namíbia e África do Sul. (144 caracteres)
No último sábado (19), foi anunciada a saída de Ana Maria Silva da diretoria da Empresa X. E, como é de praxe, a informação costuma gerar impacto no setor, que demonstra resistência a mudanças bruscas na gestão. De acordo com especialistas, a mudança pode ter sido motivada por uma estratégia de reestruturação da empresa.
Por outro lado, a renúncia de Carlos Oliveira do conselho da Empresa Y surpreendeu o mercado na quarta-feira (20). A decisão repentina levantou questionamentos sobre os rumos da companhia e sua estabilidade futura. Acredita-se que a saída de Oliveira possa impactar diretamente nos investimentos da empresa nos próximos meses.
Decisão de saída da empresa gera repercussões no mercado
As ações da empresa, no entanto, podem sofrer impactos significativos, como já pode ser observado nas ADRs da empresa na bolsa americana. Para quem não se lembra, a decisão de saída acontece um mês depois de a empresa pagar metade dos dividendos extraordinários, colocando fim à novela que agitou as estatais nos últimos tempos.
A posição de voltar a distribuir os proventos foi defendida pelo próprio Prates e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que visava ampliar a arrecadação do governo, tendo em vista que a União é a principal acionista da empresa e, portanto, também receberia sua parcela.
Inicialmente, porém, uma parte do governo defendia que a empresa segurasse o montante em um fundo para melhorar as condições da empresa e obter empréstimos para investimentos. Já nesta altura, o mercado reagiu de maneira negativa ao fim da distribuição de proventos. Primeiro, porque isso acaba afastando investidores, que veem a distribuição de dividendos como um atrativo. Segundo, obviamente, pela ideia de que o governo está interferindo na gestão da empresa.
O temor do mercado é que possíveis influências dentro das estatais não priorizem o bem da empresa. O resultado disso poderia ser um impacto nos resultados e, claro, nas ações. Para o economista André Perfeito, ‘a impressão que se tem é que a decisão de Lula foi no sentido de forçar a empresa rumo ao investimento’, o que teria como efeito de curto prazo uma queda no preço das ações. Não à toa, na noite de ontem (14) já se observou uma queda de quase 8% dos recibos de ações (ADRs) da companhia negociados na bolsa americana.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, afirma que ‘já era evidente um desgaste significativo no âmbito político envolvendo Jean Paul Prates e os demais ministros’. Assim como Perfeito, ele vê o movimento como uma maneira de aumentar os investimentos da companhia, ainda que não seja possível, pelo menos por enquanto, saber quais serão as mudanças práticas que a troca de comando trará.
‘O presidente Lula e seus aliados entenderam que era necessário um direcionamento mais assertivo, com maior ênfase em anúncios de investimentos e geração de empregos diretos pela empresa. A respeito da substituição em si, ainda não há uma compreensão clara das mudanças que serão implementadas’, afirma.
Ainda assim, o especialista mostra preocupação com possíveis investimentos em obras e estratégias que não dão resultados. ‘Embora tenha sido mencionada a possibilidade de exploração na costa de Namíbia e da África do Sul, é consenso que o pré-sal continua sendo a área de maior relevância para a expertise da empresa. No entanto, a defesa de alguns políticos por investimentos na indústria naval e a retomada de obras sem sucesso geram preocupações, pois não se alinham com as estratégias viáveis para a empresa’, completa.
Perfeito, por outro lado, afirma que a reação de longo prazo pode ser positiva, especialmente se a empresa concluir suas refinarias. ‘Os efeitos de curto prazo não podem ser confundidos com os de longo prazo e se espera que a saída da empresa traga benefícios a longo prazo para o mercado e para a economia como um todo.’
Fonte: @ Valor Invest Globo
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