Na B3, investidores brasileiros aplicam bilhões, impulsionados por plataformas.
O presidente do Banco Central (BC) do Brasil, Roberto Campos Neto, fez uma declaração relevante sobre o mercado de câmbio, destacando que a autoridade monetária tem notado uma saída de dólares das plataformas de pessoas físicas nos últimos dois dias. Embora esse fluxo não seja considerado significativo, o presidente o descreveu como ‘simplesmente o qualitativo’, sugerindo que se trata de um movimento não comum. Essa declaração ganha relevância em um momento em que o mercado de câmbio é altamente sensível às mudanças nas taxas de câmbio e flutuações no valor das moedas.
Além disso, o presidente do Banco Central mencionou que a autoridade monetária tem dólares como um dos principais focos em termos de gestão da política cambial. Isso sugere que a saída desses dólares das plataformas de pessoas físicas pode ser um indicativo de uma mudança nas percepções dos investidores sobre o mercado de câmbio, e o presidente do Banco Central está atentamente observando esses movimentos. Esse cenário destaca a importância da atuação do Banco Central em manter a estabilidade do mercado de câmbio e garantir que os fluxos de dólares sejam gerenciados de forma eficiente.
Movimento de bilhões de dólares na B3
Em meio à desaceleração americana, com incerteza sobre o fluxo de dólares internacionais, o Banco Central (BC) observa uma saída mais significativa de pessoas físicas e plataformas de operações menores no fim do ano. Isso foi revelado por Campos Neto na coletiva de imprensa, onde ele destacou que a materialização de riscos foi um tema central na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O presidente do BC explicou que a questão não é binária, ou seja, não há uma materialização clara de riscos, e sim um processo contínuo de entrada e saída de dólares na economia. Ele usou o exemplo da incerteza sobre a desaceleração nos Estados Unidos, mas enfatizou que ao longo do tempo, a incerteza diminui. Campos Neto também mencionou a saída de bilhões de dólares da Bolsa do Brasil, a B3, neste ano, movimentada pelo investidor estrangeiro, e o fluxo novo de investimentos que está surgindo, agora nas mãos de aplicadores brasileiros.
A Avenue, por exemplo, registrou um fluxo sem precedentes de aportes em sete anos de operação, o que sugere que a economia brasileira está atraída por investimentos de qualidade, mesmo com dólares circulando em menor quantidade.
Em outra frente, a questão da relação do BC com o governo foi abordada pelo diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, que disse que a função do BC é mostrar ao governo o que está vendo em termos de mercado, crédito e fluxo. Campos Neto também comentou que o BC tem uma função como ‘advisor’, pois olha o mercado, o crédito e o fluxo na ponta. ‘Banco Central acaba tendo uma função de comunicar ao governo o que está vendo em termos de mercado, em termos de fluxos internacionais, isso não significa de nenhum forma perda de autonomia, as vezes isso é confundido’, enfatizou Campos Neto.
A movimentação de dólares na B3 é um indicador importante de como a economia brasileira está lidando com a saída de dólares internacionais. Com uma saída maior de pessoas físicas e plataformas de operações menores no fim do ano, o BC está observando um fluxo de dólares mais fraco nas mãos de investidores estrangeiros, mas um fluxo novo de investimentos que está surgindo, agora nas mãos de aplicadores brasileiros.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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