Técnico reorganiza elenco e coloca time na briga por vaga na Libertadores após Copa do Brasil, Campeonato Gaúcho e Campeonato Brasileiro, com destaque do lateral-esquerdo na zona de classificação.
No encerramento do Campeonato Brasileiro, quando as atenções estiverem voltadas para as cerimônias de premiação, é provável que os prêmios de melhor técnico sejam entregues a Artur Jorge (Botafogo), Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza) ou, como é comum, Abel Ferreira (Palmeiras). E será uma escolha justa. Mas há um nome que não pode ser esquecido. Ainda que sem os holofotes da disputa pelo título, Roger Machado merece ser lembrado por seu trabalho incansável.
Enquanto os principais candidatos ao prêmio de melhor treinador recebem a atenção da mídia, Roger Machado continua a trabalhar diligentemente, sem buscar a fama. Seu trabalho árduo e dedicação ao esporte merecem ser reconhecidos, mesmo que não esteja na disputa pelo título. A perseverança é a chave para o sucesso, e Roger Machado é um exemplo disso. Seu nome pode não estar nos holofotes, mas seu trabalho é digno de reconhecimento.
O Renascimento de Roger Machado
A trajetória de Roger Machado no Juventude e no Inter é um exemplo de como um treinador pode transformar equipes e mudar o curso de uma temporada. No Juventude, ele conseguiu organizar uma equipe modesta e eliminou o próprio Inter duas vezes: primeiro no Campeonato Gaúcho, onde venceu o duelo tático com Eduardo Coudet nas semifinais, e depois na Copa do Brasil. Se o Juventude conseguir se manter na Série A, será em grande medida graças ao trabalho iniciado por Roger Machado.
Agora, no Inter, Roger Machado enfrentou um elenco em crise: desorganizado taticamente, abalado mentalmente e defasado fisicamente. No entanto, com menos de dois meses de trabalho, ele conseguiu dar um novo rumo ao time. A eliminação na Sul-Americana permitiu que ele tivesse tempo para treinar e o elenco se recuperou do período sem trabalhos devido à enchente que devastou Porto Alegre.
Roger Machado encontrou um novo lateral-esquerdo (Bernabei), resolveu o problema da lateral direita com um volante improvisado (Bruno Gomes) e fixou uma dupla de marcação no meio (Fernando e Thiago Maia). Além disso, ele conseguiu fazer a equipe recuperar a fluência ofensiva, uma característica dos melhores momentos com Coudet. Ele também colocou no time titular um garoto de 17 anos (Gabriel Carvalho) e levou ao banco o jogador mais badalado do elenco (Enner Valencia).
O Crescimento do Inter
Nos últimos cinco jogos, o Inter conquistou quatro vitórias e um empate. Antes ameaçado de rebaixamento, o time agora está a quatro pontos da zona de classificação para a Libertadores, com dois jogos a menos do que a maioria dos rivais. É plausível que o Inter esteja no torneio em 2025, especialmente considerando que o número de vagas tende a aumentar.
Essa temporada é uma espécie de retomada para Roger Machado, que passou mais de um ano afastado do futebol desde sua demissão no Grêmio em setembro de 2022. Antes, ele havia tido passagens de pouco brilho por Fluminense, Palmeiras e Atlético-MG, que eclipsaram seu ótimo começo de carreira, quando estruturou o Grêmio que ganharia a Copa do Brasil de 2016 e a Libertadores da América de 2017.
É gratificante ver Roger Machado de volta à cena, sendo aplaudido no Beira-Rio, como aconteceu na vitória de 3 a 0 sobre o Cuiabá. Ele é um treinador que vê o mundo de uma maneira única, com um amor pela leitura e uma postura antirracista. Embora sua saída do Juventude seja questionável, é inegável que ele é um treinador de futebol talentoso, com uma predileção por times organizados e uma capacidade de transformar equipes.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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