Município gaúcho de 4.900 habitantes sofreu grande impacto das chuvas do Vale do Taquari em setembro do ano passado. Obras de reconstrução da EMEF Castelo Branco terminaram pouco antes, duas semanas atrás. Novamente, água invadiu, encaixotando algumas coisas. Perdemos tudo no nível água, não subisse muito. Obras reabertas.
A Creche Alegria Infantil, instituição de ensino infantil municipal em Lajeado (RS), foi reinaugurada em 15 de julho deste ano, em um domingo ensolarado. Por quatro meses, desde as inundações que atingiram a região em 12 de março de 2024, moradores e entidades sociais uniram esforços para recuperar tudo o que foi afetado pela água – desde a estrutura física até os materiais pedagógicos das crianças.
As enchentes causaram estragos significativos, mas a solidariedade da comunidade foi fundamental para reconstruir a creche. Mesmo diante das cheias que assolaram a cidade, a determinação de todos prevaleceu, mostrando que juntos é possível superar desafios e criar um ambiente acolhedor para as crianças aprenderem e se desenvolverem. A união de esforços foi essencial para restaurar a Creche Alegria Infantil e proporcionar um recomeço cheio de esperança para a comunidade local. reabertas
Inundações Históricas Assolam o Rio Grande do Sul
Mas a reinauguração foi uma festa que durou pouco: em maio de 2024, a tragédia se repetiu. O colégio está, mais uma vez, coberto pela lama das enchentes históricas que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril. ‘Agora, tudo de novo, e ainda pior. Como vai ser? Vamos reformar tudo, para vir mais água? É desumano’, afirma ao g1 Alice Lorenzon, de 28 anos, diretora da EMEI. É uma tristeza, um desespero de ver tudo o que foi conquistado de forma tão sofrida se perder. A menos de 2 km dali, perto do encontro entre os rios Taquari e Guaporé, a EMEF Castelo Branco também tentava se recuperar das inundações de setembro. Fazia apenas duas semanas que as obras de reconstrução haviam terminado, quando novamente a água invadiu o local. Quando o desastre começou, 18 alunos estavam na escola. Os mais velhos [o colégio atende crianças de até 10 anos], com lágrimas nos olhos, ajudaram a encaixotar algumas coisas. Duas meninas que moram na região foram até lá para salvar seus cadernos, conta Ana Luísa Bettinelli, diretora da instituição. A gente percebeu a dor de todos. Os pequenos, de 4 a 5 anos, sempre perguntavam se ‘era a enchente’. Desde setembro do ano passado, quando perdemos tudo, o medo passou a ser presente neles. ‘A dor nos ensinou’, diz diretora de escola Nas inundações de 2023, ninguém esperava que os estragos fossem tão grandes. Neste mês, depois de ‘a dor nos ensinar’, como disseram os professores, todos tentaram salvar o que fosse possível antes de a água subir. Alice, diretora da EMEI Família Feliz, conta que, desta vez, ao primeiro sinal de chuva forte, correu para a escola. Mesmo no 8º mês de gestação, juntou-se aos outros funcionários para encaixotar cadeirinhas de alimentação, livros e objetos menores. Em 2023, a gente até chegou a erguer algumas coisas, mas a água cobriu tudo.Perdemos ar-condicionado, mesas, cadeiras, colchões, freezer, tudo, diz. Agora, conseguimos chamar um caminhão e salvar uma parte do material e as coisinhas que compramos com rifas. Mas a pintura, a estrutura… tudo foi arrancado. Só com maquinário que vai dar para tirar todo o lodo. É uma parte nossa que foi destruída. Na Castelo Branco, a estratégia também foi tirar todos os itens possíveis da escola. O que sobrou de mobiliário e de objetos foi levado para o segundo piso, na esperança de que o nível da água não subisse tanto. O desastre, no entanto, foi maior do que o previsto: só o telhado não ficou submerso. Perdemos armário, carteiras de madeira, datashows. Deu para salvar a impressora, pelo menos, que tínhamos perdido da outra vez. Tudo foi bem mais agressivo agora: o medo de as crianças não voltarem Em setembro do ano passado, antes da inundação, eram 83 alunos matriculados na EMEI Família Feliz. Quando a escola foi reaberta, em fevereiro de 2024, passaram a ser apenas 52. Caiu uma ponte que ajudava os pais a levarem as crianças, e ela não foi reconstruída. Fora todas as famílias que perderam suas casas e foram embora da região.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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