Material radioativo roubado de aparelho de radioterapia causou acidente radiológico em São Paulo. Pó de brilho intenso preocupa Centro de Assistência.
O roubo de um veículo que transportava césio-137 nesta semana em São Paulo chamou atenção para os riscos do contato com substâncias dessa natureza. Dois dos cinco recipientes com césio-137 furtados na noite do último dia 30 foram encontrados na tarde de sexta-feira (5) na região de Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, segundo a Secretaria da Segurança Pública do estado. A pasta não especificou as condições em que os recipientes foram encontrados.
‘Equipes da 8ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) e do Corpo de Bombeiros atuam no local para a apreensão dos objetos, enquanto a autoridade policial do 49º Distrito Policial, responsável pelas investigações, toma outras medidas pertinentes para identificar o autor do acidente radiológico‘, disse a secretaria.
Césio-137: um elemento radioativo de alto risco
No contexto do acidente radiológico ocorrido em Goiânia em setembro de 1987, o césio-137 se tornou o centro de uma tragédia que marcou a história da radiologia no Brasil. O material radioativo, proveniente de um aparelho de radioterapia abandonado, foi descoberto por catadores de lixo, desencadeando uma série de eventos que resultaram em mortes e contaminação em larga escala.
O pó de brilho intenso do césio-137 despertou a curiosidade de muitas pessoas, levando familiares e amigos dos catadores a visitarem o local do achado. Infelizmente, a exposição direta ao material radioativo resultou em doenças graves e, em alguns casos, na morte daqueles que tiveram contato com ele.
Três décadas após o acidente, o Centro de Assistência aos Radioacidentados continuava a monitorar mais de mil pessoas afetadas pela contaminação com césio-137. Essas pessoas incluíam não apenas os que entraram em contato direto com a substância, mas também aqueles que estiveram próximos aos locais contaminados ou participaram dos esforços de limpeza e contenção.
A meia-vida física do césio-137, de aproximadamente 33 anos, significa que as áreas onde houve manipulação do material radioativo e os locais para onde partes do aparelho de radioterapia foram levados permaneceram contaminados por décadas. A conscientização sobre os riscos associados ao manuseio de material radioativo é fundamental para evitar acidentes semelhantes no futuro.
Fonte: @ CNN Brasil
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