Resolução conjunta dos Conselhos Nacionais de Direitos estabelece parâmetros para casos de reclusão da população, conforme publicado no Diário Oficial da União.
O estabelecimento de parâmetros no Brasil para os casos penais que envolvam pessoas LGBTQIA+ é um marco importante para garantir a justiça e proteção desses indivíduos.
É fundamental que as leis e procedimentos judiciais considerem as especificidades das lésbicas, gays, bissexuais e demais integrantes da comunidade LGBTQIA+ para assegurar um tratamento justo e igualitário para todos.
Conselhos Nacionais dos Direitos: Acolhimento das Pessoas LGBTQIA+ em Situações de Reclusão
Uma resolução conjunta dos Conselhos Nacionais dos Direitos das Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexuais e de Política Criminal e Penitenciária estabelece parâmetros no processo de acolhimento em casos de reclusão da população LGBTQIA+. Essa importante medida, publicada no Diário Oficial da União, reflete avanços significativos para a proteção dessas pessoas em situações de privação de liberdade.
Seguindo os fundamentos estabelecidos no ordenamento jurídico nacional e internacional, o relator da resolução e delegado de Polícia Civil, Anderson Cavichioli, enfatiza a importância dessas normas como uma conquista do movimento LGBTQIA+. O documento destaca a autodeclaração como critério exclusivo para identificação de pertencimento à diversidade sexual e de gênero, devendo ser respeitada em todas as fases do processo penal, em linguagem acessível aos envolvidos.
Um dos pontos cruciais da resolução é a garantia de escolha da unidade prisional por pessoas transgênero, que podem optar por cumprir suas penas em espaços de acordo com sua identidade de gênero. Já para as demais pessoas LGBTQIA+, a alocação será feita conforme a identidade de gênero declarada, com a possibilidade de escolha da ala onde permanecerão.
A resolução também se baseia em dados do extinto Departamento Penitenciário Nacional, hoje Senappen, que revelaram a presença significativa de pessoas LGBTQIA+ no sistema penal brasileiro. Com números que evidenciam a diversidade dessa população, a importância do respeito aos direitos individuais, como o uso do nome social, é ressaltada.
Além de proibir tratamentos desumanos motivados pela condição LGBTQIA+, a resolução enfatiza a necessidade de implementar políticas públicas eficazes, incluindo a capacitação de profissionais que lidam com o sistema penal. O cumprimento dessas diretrizes requer um comprometimento político dos estados para garantir que a resolução seja efetivamente aplicada, reconhecendo as particularidades e garantindo a proteção dessas pessoas vulneráveis.
Fonte: @ Agencia Brasil
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