Organizações civis da sociedade propuseram imposto seletivo a produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como bebidas calorias vazias que contribuem para doenças metabólicas.
A votação da reforma tributária está em alta rotatividade, com grande interesse em relação ao imposto do pecado, que visa taxar itens como _refrigerante_ e serviços que vão de bebidas alcoólicas a jogos de apostas virtuais.
Mais de 1.500 dias após a promulgação da Constituição de 1988, a reforma tributária está em debate. A proposta inclui o chamado ‘imposto do pecado’, que taxaria itens como _refrigerante_ e _açucarada_. O modelo de imposto do pecado é semelhante ao da Grécia, Itália e Portugal. Em todos esses países, o imposto sobre o tabaco foi elevado e _refris_ e bebidas alcoólicas passaram a ser taxadas com alíquotas maiores. Portugal, por exemplo, tem o imposto do tabaco com alíquota de 70% e o imposto sobre _néctares_ e _suços_ com alíquota de 20%. Além disso, o imposto do pecado inclui a cobrança de imposto sobre os jogos de apostas virtuais, que será cobrado de forma semelhante aos jogos de apostas presenciais. O modelo de imposto do pecado visa taxar o consumo de álcool e _açúcar_ adicionado na indústria de bebidas. O imposto do pecado visa reduzir o consumo de _refrigerantes_ e bebidas açucaradas.
Senado Federal e a Exclusão dos Refrigerantes do Imposto Seletivo
Na última quinta-feira, 12, o Senado Federal aprovou o texto da reforma, mas deu um golpe de chuteira nas bebidas açucaradas, excluindo-as da lista do imposto seletivo, que visa produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. O destaque foi o refrigerante, que agora voa livre, sem a marca da ‘pecaminosa’ verba.
Com a exclusão, organizações da sociedade civil como o Conselho Federal de Nutrição, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica e a ONG ACT Promoção da Saúde se manifestaram contra a medida, alegando que seria um grande retrocesso para a população. O argumento principal das entidades é que já existem estudos suficientes ligando o alto consumo de refris e outras bebidas açucaradas (como néctares e sucos industriais) a maior risco de desenvolver doenças como obesidade e diabetes tipo 2 – e desde a infância.
A reação foi ouvida. Na última terça-feira, 17, o relator do projeto de regulamentação da reforma na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (PT-MG), voltou a incluir refrigerantes e afins no chamado ‘imposto do pecado’. Um dos principais problemas envolvendo os refrigerantes é a quantidade de açúcar que as latinhas e garrafas fornecem. Não se trata de bani-los, mas o exagero pode ser pernicioso, ainda mais somado a outros hábitos não saudáveis.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o limite de açúcar diário não deve ultrapassar 10% das calorias. Ou seja, levando em conta uma dieta padrão de 2 000 calorias, a quantidade máxima de açúcar seria de 50 gramas por dia (10 colheres de chá aproximadamente). O ideal, no entanto, seria que apenas 5% das calorias viessem de açúcar, o que corresponde a 25 g diários. Continua após a publicidade
Tal valor é facilmente ultrapassado ao tomar uma única lata de algumas marcas de refrigerantes no mercado brasileiro. Investigamos o teor de açúcar de 17 refris tradicionais à venda no país e montamos um ranking de doçura tendo como base uma lata padrão de 350 ml.
1º: Guaraná Jesus: 42 g
2º: Coca-Cola /Schweppes /Fanta Maracujá: 37 g
3º: Sprite Original: 36 g
4º: Fanta Laranja /Sprite Sabor Limão /Fanta Guaraná: 35 g
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5º: Dolly Guaraná: 34 g
6º: Guaraná Antártica: 26 g
7º: Itubaína: 25 g
8º: Pepsi Cola: 24,15 g*
9º: Guaraná Kuat: 23 g
10º: Sukita Uva e Maçã: 21 g
11º: Sukita Laranja: 17 g /Soda Limonada: 17 g
12º: Fanta Uva: 19,95 g Antes, 350ml de Pepsi tinham 39g de açúcar, e de Fanta Uva 32g.
Para reduzir o açúcar sem alterar tanto o sabor, recentemente, foram acrescentados edulcorantes artificiais (como acessulfame de potássio, ciclamato, aspartame ou sucralose) na fórmula padrão de alguns refrigerantes. Compartilhe essa matéria via: WhatsAPP Telegram
Fonte: @ Veja Abril
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