Diálogos exploram segredos do envelhecimento na natureza – chave para longevidade humana em substâncias naturais testadas.
O que o tubarão-da-groenlândia, o rato-topeira-pelado e uma água-viva minúscula chamada Turritopsis têm em comum? A capacidade de mitigar ou contornar o envelhecimento. Claro, não são imortais, mas têm muito a ensinar aos cientistas que buscam formas de ampliar a longevidade humana.
Em um mundo onde a busca pelo segredo da longevidade é constante, a compreensão dos processos de envelhecimento e as estratégias de antienvelhecimento se tornam cada vez mais relevantes. Assim, estudar esses seres que desafiam as limitações impostas pelo envelhecimento pode abrir novos caminhos para a ciência e para a busca da juventude eterna.
Explorando o Envelhecimento nas Criaturas
Essas são algumas das criaturas que, entre células e genes, habitam as páginas de As Águas-Vivas Envelhecem ao Contrário, livro do dinamarquês Nicklas Brendborg publicado pela Editora Rocco que deu origem a uma reportagem da revista VEJA. As águas-vivas envelhecem ao contrário. De fato, certos bichos (inclusive alguns invisíveis a olho nu) fazem proezas com o relógio biológico. Estudá-los é um jeito de tentar decifrar os mistérios do envelhecimento e idealizar caminhos para prolongar os anos que temos pela frente – seja ampliando nossas habilidades fisiológicas naturais, seja mitigando melhor de doenças associadas ao avançar da idade. Isso já está acontecendo em laboratórios pelo mundo.
Substâncias Antienvelhecimento e Testes
Uma das substâncias testadas pelo seu efeito antienvelhecimento é um medicamento chamado rapamicina. Ele não deixa de ser um presente da natureza: originalmente, é uma molécula que um tipo de bactéria produz para escapar de fungos. Descobriu-se que ela ajuda a evitar a rejeição do corpo a órgãos transplantados, motivo pelo qual a droga sintética é prescrita hoje. Mas já existem estudos com cães em andamento para aferir seu poder de ampliar a vida.
Entrevista com Nicklas Brendborg
Conversamos com Brendborg sobre esse instigante campo de pesquisa, que é alvo inclusive de alguns excêntricos bilionários nutrindo o desejo de superar 130, 150 anos… Com a palavra, o autor. Além da água-viva mencionada no título, qual criatura mais o surpreende pela sua capacidade de enfrentar o envelhecimento? O tubarão-da-groenlândia é um deles. Estima-se que ele viva entre 300 e 500 anos. É um animal complexo como seres humanos. Tem cérebro, coração, sistema digestivo etc. Mas, no momento em que um homem envelhece e morre, vemos um tubarão adolescente que ainda viverá ao menos cem anos adicionais.
Desvendando o Mistério do Envelhecimento
Entre tantas questões investigadas pelos cientistas, qual mistério sobre o envelhecimento mais o intriga? Por que ele acontece, em primeiro lugar. Isso não é evidente pela teoria da evolução. Além disso, o processo de envelhecimento é bastante distinto entre diferentes espécies animais.
Perspectivas Antienvelhecimento
Qual seria a sua aposta como o primeiro tratamento antienvelhecimento aprovado para uso em humanos? Um medicamento chamado rapamicina é atualmente um dos candidatos mais fortes. A rapamicina é um imunossupressor, remédio prescrito a pessoas submetidas a transplantes que ajuda a evitar a rejeição ao novo órgão; é testada por seus potenciais efeitos de reduzir a velocidade do envelhecimento.
Investimentos na Longevidade
Qual é a sua opinião sobre esses bilionários que estão investindo milhões de dólares na busca por um antídoto contra o envelhecimento? Acho que é uma ótima maneira de gastar o dinheiro deles. Muitos bilionários investem em atividades inúteis e frívolas. Nesse caso, os tratamentos antienvelhecimento que estão sendo pesquisados têm a possibilidade de ajudar bilhões de pessoas. Compartilhe essa.
Fonte: @ Veja Abril
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