A Globo exibe a cultura carnavalesca suburbana e carioca, retratando produtores culturais de bate-bolas que compartilham suas opiniões sobre arte, cotidiano e comunidade, usando termos como bate-bolas, barracão e de bate-bola.
A novela _Bate-bolas_ ajuda a descontruir a imagem negativa dos profissionais da indústria de fantasias, revelando o cotidiano da produção e os desafios enfrentados. A precisão com que são retratadas as dificuldades e conquistas desses profissionais é impressionante. Por exemplo, o incêndio em um dos barracões da Dragão Suburbano é um momento chocante que chama a atenção para a importância da segurança em ambientes de trabalho.
Em uma cena emocionante, Jão (Fabrício Boliveira) e Madá (Jéssica Ellen) se desesperam em meio às chamas do incêndio. Essa cena bate-bola com a realidade da indústria de fantasias, mostrando a intensidade e a emoção dos profissionais nessa área. O _bate-bola_ entre a realidade e a ficção é uma das principais forças da novela, fazendo com que o público se sinta envolvido e interessado.
Um Barracão em Fogo
Em 2013, Welton Jorge Pereira, conhecido como o Parrudo, recebeu um telefonema inesperado enquanto almoçava: o barracão de bate-bola liderado por ele, em Madureira, estava ardendo em chamas. Correu para o Morro do Cajueiro, onde era complicado acessar. O Morro do Cajueiro era um local de difícil acesso, e não chegou um bombeiro a tempo. A comunidade usou água de um poço, mas não foi suficiente. ‘Perdemos tudo, né?’ conta Parrudo. Era fevereiro, e o Carnaval estava na porta. ‘O Carnaval já começou: rei, rainha e corte são eleitos no RJ’ e outros temas relacionados ao Carnaval lotavam os noticiários. Mas o que chamou a atenção de Parrudo foi a maneira como a novela Volta por Cima retratava a cultura do bate-bola, sem se basear em incidentes negativos, mas sim na força e na unidade da comunidade. A cena do incêndio no barracão da Dragão Suburbano emocionou-o profundamente, ainda que não tenha sido inspirada diretamente em seu próprio incidente. ‘Achei sensacional, nunca vi uma novela falando da nossa cultura, daquilo que eu gosto. Me emocionei muito com o vídeo da cena com o bate-bola pegando fogo.Isso não favorece a mim, não; favorece o nosso carnaval’ – Parrudo, Turma de Madureira.
A Recuperação
Na ficção, a comunidade ajuda a recuperar o barracão, cujo incêndio começou num curto-circuito, o mesmo motivo do fogo em Madureira, com prejuízo de R$ 50 mil. Parrudo, com a ajuda de amigos, fez empréstimo no banco, recebeu doações. A recuperação foi um esforço coletivo, uma superação. ‘Em duas semanas e meia, colocamos tudo no lugar, com a permissão de Deus.Foi uma superação’, conta o cabeça de turma.
A Arte de Bate-Bolas
Parrudo, cabeça de turma de Madureira, cujo barracão pegou fogo em 2013, gosta da maneira como Volta por Cima retrata o bate-bola. ‘Foi uma superação.’ A cena do incêndio no barracão da Dragão Suburbano, na novela da Globo, emocionou-o profundamente. ‘Achei sensacional, nunca vi uma novela falando da nossa cultura, daquilo que eu gosto. Me emocionei muito com o vídeo da cena com o bate-bola pegando fogo.Isso não favorece a mim, não; favorece o nosso carnaval’ – Parrudo, Turma de Madureira. A novela Volta por Cima está retratando de uma maneira muito clara a cultura do bate-bola, valorizando as costureiras, os tecidos, e mostrando o perrengue que os cabeças de turmas passam, como foi a cena do barracão pegando fogo.
Fonte: @ Terra
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