Companhia teve expansão de 18,5% na receita líquida, mas registrou um prejuízo bilionário devido ao write-off voluntário de sua subsidiária não operacional nos EUA, da Avon Products Inc., após pedido de recuperação judicial pelo Capítulo 11.
Para entender melhor o contexto da Natura, é preciso considerar a situação da Avon Products Inc (API), uma subsidiária não operacional da Avon nos EUA, que afetou significativamente o lucro da empresa.
Em seu relatório de terceiro trimestre, a Natura registrou um prejuízo líquido de R$ 6,7 bilhões, um resultado impactado diretamente pelo write-off da Avon Products Inc. Esse efeito não recorrente do write-off reverteu o lucro líquido registrado no mesmo período do ano anterior, que era de R$ 7 bilhões, em 2023. Com a compra da Natura &Co., a Avon buscou modernizar sua estrutura em 2019. O grupo, formado por Natura, The Body Shop, Aesop e Natura &Co., teve sua reestruturação concluída em 2020. A empresa, agora em 2023, não conseguiu superar suas perdas devido a esse write-off da Avon Products Inc.
Natura: Holofotes na Natura
A Natura & Co. trouxe à tona um movimento contábil notável, alegando que sua capacidade de investimento permanece inalterada. Esse movimento, contudo, invalidou o lucro líquido obtido nas operações continuadas no período, segundo Fábio Barbosa, CEO da Natura &Co. Esse trimestre marcou mais um capítulo no relacionamento complexo entre a Natura e a Avon, com o pedido voluntário de recuperação judicial da Avon nos Estados Unidos em agosto de 2023 criando um impacto significativo nos resultados da companhia. Essa situação gerou uma mídia considerável e contribuiu para obscurecer o balanço da Natura.
Natura &Co.: Impacto da Avon
Ao se concentrar nas operações continuadas, a Natura registrou R$ 302 milhões em lucro líquido no período. Porém, a retirada dos resultados da Avon e suas subsidiárias no terceiro trimestre foi necessária devido ao Chapter 11. Barbosa mencionou que qualquer perda líquida ainda presente no resultado anual poderia ser compensada pela reserva de capital, sujeita à aprovação dos acionistas. Isso permitiria que a companhia recuperasse a distribuição de dividendos.
Desempenho da Natura
A receita líquida consolidada da Natura foi de R$ 6 bilhões, um crescimento de 18,5% em moeda constante em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebtida recorrente saltou 52% para R$ 870 milhões, em relação a 2023. O crescimento foi impulsionado pelo melhor desempenho tanto da Natura como da Avon no Brasil e pela aceleração do ritmo de crescimento da Natura nos mercados hispânicos. No entanto, o resultado foi parcialmente obscurecido pelo desempenho da Avon em toda a região hispânica e pela categoria casa & estilo, que registrou um declínio menor da receita em relação ao trimestre anterior.
Natura &Co.: Margem Bruta
A margem bruta atingiu 67,3% no trimestre, 3,4 pontos percentuais a mais em relação ao ano anterior. Isso foi impulsionado pela melhor alavancagem operacional em meio à aceleração do ritmo de vendas e ao escalonamento de R$ 19 milhões em créditos fiscais. A margem bruta também se beneficiou de um melhor mix de países, uma maior contribuição da marca Natura para as vendas totais e uma melhor execução da dinâmica de preços/promoções e redução de 43% nas despesas corporativas ano contra ano.
Opinião Financeira
O banco Goldman Sachs analisou os resultados como muito positivos, especialmente da marca Natura no Brasil, e que a companhia mostrou tendências de melhoras importantes na sua lucratividade. Apesar disso, o banco continua neutro em relação às ações. Já o Itaú disse que os resultados mostram uma boa tendência de crescimento, que os impactos do Chapter 11 ficaram para trás. Além disso, sugere que a implementação da estratégia de crescimento, chamada de ‘onda 2’, está indo bem e que os investimentos feitos pela companhia estão começando a dar resultado. O banco afirma que está revendo as suas estimativas para as ações e que a integração do México com a Argentina em 2025 será fundamental para recuperar a margem da empresa.
Fonte: @ NEO FEED
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