A movimentação de camelôs nas calçadas da Rua 25 de Março não aumenta significativamente com o 13º salário, Black Friday ou seleção brasileira de futebol, focando principalmente em produtos e enfeites natalinos.
Com o início do mês de dezembro, muitos brasileiros começaram a procurar por produtos típicos da época de Natal, como bonecos, árvores de Natal e enfeites natalinos. No entanto, em muitas cidades, a busca por esses produtos pode se tornar uma caça ao tesouro, pois muitos camelôs e barracas não estão vendendo esses produtos de Natal.
Renan de Jesus Oliveira, um dos camelôs que se nega a vender produtos de final de ano, argumenta que o movimento é fraco. “Não há muita procura por produtos natalinos”, afirma. “As pessoas estão procurando por coisas mais práticas, como tênis e camisetas de times de futebol”. O estádio Maracanã, por exemplo, é um dos maiores do Brasil e já fechou suas vendas. Seu sucesso é um dos motivos pelos quais as barracas não vendem produtos de Natal. A falta de procura é um problema para muitos camelôs e barracas. “É uma época difícil para os camelôs”, diz Renan. “Muitos deles estão fechando suas vendas devido à falta de demanda”.
Falta de produtos natalinos nos camelôs da 25 de Março
Instalada na saída do metrô que dá acesso à Ladeira Porto Geral, centro nervoso da 25 de Março, em São Paulo, a artesã Marilei Jaguszewski produz turbantes e faixas de cabelo, mas não pretende confeccionar peças específicas para o camelôs de Natal. ‘O problema é que, se não vender, o produto fica encalhado, só serve para o Natal’, explica Marilei. Ela mostra peças com as cores verde e amarelo, que faziam referência à seleção brasileira de futebol, mas os produtos encalharam e a artesã teve que reaproveitar o tecido.
Movimento de final de ano
A artesã pretende aproveitar o movimento do 13º salário, Black Friday e Natal para vender peças tradicionais. ‘As estampas afro estão na crista da onda’, diz Marilei. Ela vai continuar vendendo turbantes e faixas sem motivos natalinos, aproveitando o movimento de final de ano. Com menos de um mês do Natal, nas barracas espalhadas pela região, há algo inusitado: quase não existem produtos natalinos.
Calçadas da Rua 25 de Março
Em uma das calçadas da Rua 25 de Março, no final da última semana de novembro, de 30 barracas, somente três vendiam Papai Noel, toucas e roupas infantis em vermelho e branco. Marilei Jaguszewski vai aproveitar o movimento de final de ano para continuar vendendo produtos sem motivos natalinos. ‘Fantasia vermelha que vende é a do Homem Aranha, muito mais que o Papai Noel’, brinca Reginaldo Alves de Camargo, que tem banca há 20 anos na 25 de Março. Entre os produtos, o clássico enfeite do Papai Noel subindo a escadinha fica num canto.
Camelôs da 25 de Março
Os camelôs da 25 de Março também não estão vendendo produtos natalinos. O clássico enfeite do Papai Noel subindo a escadinha fica num canto, e as árvores de Natal e bolinhas ocupam muito espaço. Reginaldo Alves de Camargo, que tem banca há 20 anos na 25 de Março, reclama da queda nas vendas. ‘Da pandemia para cá, veio caindo muito, no mínimo oitenta por cento. Cheguei a ter cinco funcionários. Eu até durmo. Quando você chegou, eu estava assistindo um filme. Antigamente, nessa época, eu nem estaria falando com você’, diz ele.
13º salário e Black Friday
Os camelôs também não estão aproveitando o movimento do 13º salário e Black Friday. João Victor Santos Brandão diz que, depois da pandemia, as vendas caíram muito. ‘Antes eu deixava os quatro lados da banca com coisas de Natal. Neste ano, não pretendo colocar nenhum produto específico’. Segundo ele, ‘se a coisa vende bem, o movimento começa em novembro’. O camelô cita o problema do estoque, mencionado por outros entrevistados. Ninguém quer comprar produtos de final de ano, que ficam guardados durante o ano todo. Além disso, os camelôs também não podem vender produtos iguais às lojas que ficam em frente aos seus negócios.
Fonte: @ Terra
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