Especialistas alertam sobre o risco de aplicativos coletarem mais dados do que o necessário. Essas informações podem gerar renda e personalizar propagandas.
Os aplicativos de controle de ciclo menstrual são desenvolvidos para auxiliar as mulheres a entenderem melhor seu próprio ciclo e prever possíveis mudanças no corpo. Além disso, eles podem oferecer recursos extras, como lembretes de contracepção ou previsões de período fértil. É importante ressaltar que a privacidade dos dados fornecidos nessas plataformas deve ser levada em consideração, já que algumas podem solicitar informações pessoais sensíveis.
Alguns apps de controle do ciclo menstrual possuem funcionalidades avançadas, como a integração com dispositivos de saúde, permitindo uma análise mais detalhada da saúde reprodutiva. No entanto, é fundamental verificar as políticas de privacidade de cada aplicativo para garantir a segurança das informações compartilhadas. Manter a segurança dos dados pessoais é essencial ao utilizar qualquer aplicativo de controle de ciclo menstrual.
Aplicativos de Controle de Ciclo Menstrual: Protegendo suas Informações
Pesquisas recentes apontam que os dados coletados por aplicativos de controle do ciclo menstrual são utilizados para gerar renda, principalmente através do direcionamento de propagandas mais especializadas para os usuários. Esses aplicativos, muitas vezes gratuitos, são populares por fornecerem previsibilidade às mulheres sobre seus ciclos menstruais e dias férteis.
A função dos aplicativos de controle do ciclo menstrual é proporcionar uma estimativa precisa do ciclo menstrual de cada mulher, permitindo prever quando a menstruação começará e identificar os dias mais férteis. No entanto, a coleta de informações vai além do necessário para essa funcionalidade, solicitando dados como atividade sexual, humor, uso de anticoncepcionais e até mesmo localização, como ressalta Joana Varon, da Coding Rights.
Além disso, a coleta indireta de informações, como o histórico de busca no navegador do usuário, pode ser realizada. Esses dados, posteriormente, são utilizados para gerar receita através do direcionamento de propagandas mais segmentadas, como planos de saúde, mesmo fora do próprio aplicativo, como mencionou o advogado Guilherme Goulart.
Um caso emblemático foi o do Flo Health, que em 2019 teve suas práticas questionadas pelo ‘Wall Street Journal’ por compartilhar dados com empresas de marketing, violando a política de privacidade do aplicativo. Esse incidente resultou em ações legais nos Estados Unidos, evidenciando a importância da segurança e privacidade dos dados de saúde.
Em um cenário onde os aplicativos de controle do ciclo menstrual são classificados como serviços de saúde, de acordo com a LGPD brasileira, os desenvolvedores precisam garantir medidas de proteção específicas e obter consentimento explícito dos usuários para o compartilhamento de suas informações. Abordar essas questões é essencial para garantir a privacidade e segurança dos dados dos usuários, especialmente quando se trata de informações sensíveis como a saúde reprodutiva.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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