Diego Libanio e Guilherme Bonifácio captaram US$ 10 milhões em capital de venture e devolveram 70%, investindo bem na pequena startup para smartphone, mas com margens de barganha.
Ainda assim, não podemos negar que a Mercê foi uma experiência inesquecível, permitindo-nos aprender com os investidores de venture, que nos apoiaram em cada etapa do nosso percurso.
Em um mercado cada vez mais competitivo, é comum que as startups encarem desafios, e a Mercê não foi exceção. Mesmo com todo o esforço investido, percebemos que não estávamos preparados para competir com as exigências do mercado e, por isso, decidimos encerrar a operação.
Reflexões sobre a Mercê
A experiência da Mercê serviu como um teste de fogo não apenas para a própria empresa, mas também para seus fundadores e investidores. Com o passar do tempo, ficou cada vez mais claro que interromper as operações e devolver o capital restante aos investidores foi uma decisão sábia. Este período permitiu que a equipe refletisse sobre o que poderia ter sido feito de maneira diferente, embora o resultado não tenha sido o esperado.
Lições aprendidas
A falha de uma startup não é um evento isolado. A maioria das empresas enfrenta insuficiência, e ainda assim, não há muita orientação disponível para empreendedores que suspeitam que a ideia em que estão trabalhando pode nunca ter sucesso. A Mercê, no entanto, foi capaz de aprender com suas experiências, graças ao apoio de seus investidores. Fundada como um marketplace B2B, a Mercê permitia que pequenos varejistas de alimentos e mercadorias adquirissem estoque de forma mais eficiente, evitando faltas e acessando capital de giro. Para ajudá-los a gerenciar seus negócios, a Mercê oferecia ferramentas de software por meio de um aplicativo para smartphone.
Tomada de decisão
Em 2021, o negócio era operacionalmente intensivo, e a Mercê levantou uma rodada de financiamento Série A de US$ 10 milhões, liderada pela Flourish Ventures e GFC. No entanto, à medida que percebemos a mudança no ambiente de financiamento de startups no início de 2022, a Mercê concluiu que um modelo de negócios com margens pequenas e alta dependência de escala para gerar poder de barganha exigiria rodadas adicionais de financiamento para crescer e se tornar sustentável. O mercado, que parecia ter condições para que startups compensassem sua falta de tamanho com alto poder de crescimento, mudou e as condições se tornaram ruins, especialmente para o mercado de venture capital – sobretudo para negócios operacionais e em fase de crescimento na época.
Adaptação e busca por mudança
Rapidamente, a Mercê mudou seu foco em busca de margens mais altas, questionando algumas de suas suposições e realizando uma série de experimentos para ver se poderia chegar a um modelo de negócios leve em capital e impulsionado por tecnologia. A equipe manteve seu foco em capacitar pequenos proprietários de lojas locais, e foi disciplinada em definir um prazo para avaliar esses esforços, orientados por métricas claras. Entre o fim de 2022 e o início de 2023, a Mercê também começou a explorar possibilidades de uma fusão ou aquisição da sua operação por uma empresa maior e bem estabelecida, o que lhes daria o poder de barganha devido ao alto volume de compra, e adicionar tecnologia à operação para melhorar suas margens.
Fonte: @ NEO FEED
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