Fiscalização na rua Vilela, Tatuapé, com imagens da ação de agentes da prefeitura durante a abordagem.
FRANCISCO LIMA NETOSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um vendedor ambulante de 42 anos foi abordado e imobilizado por um dos policiais militares durante uma inspeção da prefeitura, na zona leste de São Paulo, na tarde desta terça-feira (4). A situação aconteceu na rua Vilela, no Tatuapé, próximo a uma escola local.
A ação dos PMs foi questionada por testemunhas, que alegaram excesso de força por parte dos policiais. A prefeitura informou que irá apurar o ocorrido e tomar as medidas necessárias para garantir a segurança e integridade dos cidadãos. A presença dos militares em ações cotidianas tem gerado debates sobre a atuação da polícia na cidade.
Polícia Militar aborda ambulante em ação polêmica
Imagens que circulam na internet mostram policiais militares realizando a abordagem a um ambulante que trabalha com um carrinho de pipoca na região. O homem teria reagido à abordagem de agentes da prefeitura que recolheriam o carrinho, por não ter licença. Um dos policiais imobiliza o homem no chão e aplica um mata-leão (pressão no pescoço). O homem aparenta desmaiar e tem alguns espasmos. Ainda assim, o policial continua a imobilizá-lo, desta vez com um dos joelhos na região entre o peito e abdômen da vítima. As pessoas ao redor gritam para os policiais dizendo que o homem estava morrendo, afirmam que ele é trabalhador e pedem que a ação seja interrompida, mas outro militar, que está em pé, usa um spray de pimenta na direção dessas pessoas.
As circunstâncias do ocorrido estão sendo apuradas pelas polícias Civil e Militar. Na tarde desta terça-feira (4), policiais militares realizaram a abordagem a um homem, de 42 anos, que relatou não ter autorização da prefeitura para trabalhar como ambulante, conforme informou a SSP (Secretaria da Segurança Pública). Ainda segundo a pasta, foi registrado um boletim de ocorrência no 30° Distrito Policial (Tatuapé), como resistência, desobediência, ameaça e lesão corporal. A Polícia Militar instaurou uma investigação preliminar, que analisará além das imagens da ação, as presentes nas câmeras corporais dos policiais.
Entrevista com o ambulante abordado
Em entrevista ao programa Balanço Geral da TV Record, o pipoqueiro, identificado como Manuel Ferreira de Albuquerque, expressou sua indignação com a abordagem. Ele reclamou do tratamento recebido, destacando que se sentiu humilhado. ‘O jeito que eles vêm abordar a gente, um trabalhador de rua, não pode ser desse jeito. A única coisa é que eu fiquei segurando a minha força de trabalho. Só foi isso. Por que passar por isso? Sendo que você está trabalhando?’, questionou. Ele relatou ter apagado e urinado durante a ação, demonstrando sua consternação. ‘É humilhante, todo mundo vê. Não é desse jeito que abordam, por mais irregular que esteja o trabalho, não pode ser desse jeito. A polícia precisa ser bem preparada’, afirmou.
Investigação e posicionamento da prefeitura
A prefeitura foi questionada sobre a fiscalização e o motivo de a polícia ter sido acionada, mas não respondeu até esta publicação. O local onde o ambulante foi abordado é muito próximo de onde um homem de 70 anos foi morto por um policial militar na tarde de 7 de maio de 2024. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, policiais militares do 8° Batalhão de Polícia Militar Metropolitano realizavam patrulhamento quando suspeitaram de dois homens que estavam em uma motocicleta trafegando pela rua Platina. No momento da abordagem, houve um disparo. O tiro acertou o idoso, que estava na calçada e nada tinha a ver com a abordagem. O socorro chegou a ser acionado, mas o homem morreu. O autor do disparo, que não teve a identidade e nem a patente reveladas, afirmou aos seus superiores que o disparo foi acidental. Ele foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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