Confrontos na Gardênia, Rio, envolvendo o Comando Vermelho e milicianos. Suspeitos praticavam comércio ilícito de armas, receptação e clonagem.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Duas pessoas foram detidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (11), sob acusação de envolvimento na venda das 21 armas roubadas do depósito do Exército em Barueri (Grande SP) para membros do Comando Vermelho e da milícia. A operação para capturar os suspeitos ocorreu em um condomínio de alto padrão em Santana de Parnaíba (SP). Os detalhes dos indivíduos detidos não foram revelados.
A ação policial visou desmantelar uma perigosa rede de tráfico de armamentos, que vinha fornecendo armas de fogo para grupos criminosos. As autoridades estão empenhadas em combater o comércio ilegal de armas e garantir a segurança da população. A operação representa mais um passo significativo no combate ao tráfico de armas no estado.
Desmantelamento do Comércio Ilícito de Armas na Gardênia
As autoridades da Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), desenvolveram um minucioso trabalho de inteligência para desvendar um esquema de venda ilegal de armamentos na região. Após a análise de um vídeo que circulava online, foi possível identificar dois indivíduos envolvidos na negociação de armas destinadas aos traficantes do Comando Vermelho e aos milicianos que alimentam os confrontos na Gardênia Azul e na Cidade de Deus, localizadas na zona oeste do Rio.
Segundo as investigações, os detidos e outros suspeitos estão imersos no mercado clandestino de armas de fogo, em especial as de uso restrito, e também praticam crimes como receptação e clonagem de veículos para obter armamentos junto a grandes fornecedores. O Comando Militar do Sudeste revelou que um dos indivíduos presos é um dos civis denunciados pelo Ministério Público Militar no inquérito sobre o roubo das armas.
Enquanto 19 das 21 armas furtadas foram recuperadas pelas forças policiais do Rio de Janeiro e de São Paulo, duas metralhadoras com capacidade antiaérea, que representam grave perigo ao poderio aéreo, permanecem desaparecidas. A captura da dupla contou com o apoio fundamental da Polícia Civil paulista, por meio do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico), e também foi influenciada por uma denúncia anônima que levou os agentes a localizarem os suspeitos.
Diante disso, foram executados mandados de prisão temporária contra os envolvidos, e em uma operação subsequente, realizada nesta sexta-feira, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços relacionados à quadrilha dos presos. No decorrer da operação, foram apreendidos diversos artefatos bélicos, incluindo uma pistola, carregadores, um rastreador, veículos, celulares, notebooks, pen drives e documentos variados.
Apesar das tentativas do Exército em relação ao caso, as solicitações de prisão de seis militares suspeitos de cumplicidade no crime foram rejeitadas pela Justiça Militar por insuficiência de provas. No entanto, a instituição militar realizou punições administrativas a 38 militares envolvidos no furto das armas, incluindo detenções disciplinares de diferentes durações, sendo as primeiras sanções aplicadas no final de outubro de 2023 e as demais ao longo dos meses seguintes.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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