A Polícia Federal investiga ataque hacker em ministérios e órgãos federais. Ação cibernética de alta tecnologia em servidores públicos.
A Polícia Federal abriu uma investigação nesta quinta-feira (25) para apurar o ataque hacker contra os sistemas internos e administrativos de nove ministérios e dois órgãos da administração federal. O ataque hacker expôs vulnerabilidades nos sistemas, levando a uma análise minuciosa por parte das autoridades competentes.
Enquanto isso, o Ministério da Gestão e Inovação divulgou que a infraestrutura e as defesas do sistema afetado permanecem intactas, não sofrendo danos decorrentes do incidente cibernético. A rápida resposta das equipes de segurança foi fundamental para conter a possibilidade de uma nova invasão hacker e garantir a proteção dos dados sensíveis do governo.
Ataque Hacker: Servidores sob Investigação
Os servidores continuam inacessíveis às ferramentas habituais. De acordo com a Polícia Federal, agentes especializados em crimes de alta tecnologia colaboram com a equipe da Secretaria de Governo Digital. O propósito é coletar dados para identificar os responsáveis, métodos utilizados e motivação por trás do ataque.
Informações preliminares indicam que o ataque afetou exclusivamente os sistemas administrativos, está contido e que o MGI tinha cópias dos sistemas comprometidos, assegurando a restauração dos serviços, conforme comunicado da PF. A invasão ocorreu na noite de terça-feira (23), e na quarta-feira (24), o MGI acionou a PF.
A partir desse momento, as equipes da corporação começaram a trocar informações com os técnicos do ministério. Inicialmente, a PF orientou sobre medidas de segurança a serem adotadas para proteger os dados e garantir a integridade dos sistemas.
A investigação está a cargo da Diretoria de Crimes Cibernéticos, unidade especializada da PF na investigação de crimes de alta tecnologia. Com a abertura do inquérito, inicia-se a apuração da origem da invasão e a extensão do problema.
A Secretaria de Serviços Compartilhados do MGI informa que os ministérios afetados são: da Gestão, da Fazenda, dos Povos Indígenas, do Planejamento e Orçamento, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, da Previdência Social, da Igualdade Racial, das Mulheres, a Casa da Moeda Brasileira e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
No final da quarta-feira, os servidores foram instruídos a alterar as senhas do Office e do Gov.br, especialmente aqueles que lidam com o Siafi. Em abril, hackers invadiram o sistema de administração financeira do governo federal, o Siafi, utilizado para efetuar pagamentos, tentando movimentar pelo menos R$ 9 milhões do Ministério da Gestão e Inovação.
A invasão ao Siafi foi exposta pela Folha de S.Paulo. O Tesouro Nacional, responsável pelo Siafi, implementou medidas extras de segurança para autenticar os usuários autorizados a operar o sistema e aprovar pagamentos.
Segundo o Ministério da Gestão, o ataque revelado nesta quarta-feira foi direcionado ao SEI (Sistema Eletrônico de Informações) Multiórgão e algumas funcionalidades do PEN (Processo Eletrônico Nacional).
O SEI é o sistema utilizado para tramitar processos e documentos do governo, em operação por 150 órgãos federais. O Multiórgão é uma versão adaptada do SEI implementada recentemente, atendendo especificamente o grupo afetado no ataque desta semana.
Esse sistema é empregado para emitir ordens de pagamento, despachos para emissão de notas fiscais, processos administrativos relacionados a empresas privadas que devem prestar contas ao governo, instruções, entre outras funcionalidades, incluindo a tramitação de documentos entre ministérios e órgãos.
Enquanto a situação não se normaliza, o processamento de pagamentos para empresas com contratos governamentais fica suspenso.
Fonte: © TNH1
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