Investigação de possíveis crimes em empresa catarinense com gestão focada em tecnologia e investimentos dos clientes, vendida em 2021.
A ação da Polícia Federal em relação a possíveis delitos envolvendo a Sbaraini Administradora de Capitais resultou no enquadramento de dois parceiros da empresa de investimentos especializada em tecnologia e criptomoedas Titanium Asset, que teve seus recursos retidos para proteção dos investidores.
A PF está conduzindo uma minuciosa análise sobre as acusações contra a Sbaraini Administradora de Capitais, decisão que levou à responsabilização de indivíduos ligados à gestora de ativos digitais Titanium Asset, cujos ativos foram indisponibilizados como medida de precaução para os investidores, enquanto aguardam desfecho do caso.
Supostos crimes cometidos pelos irmãos Miksza na lavagem de dinheiro
Surgem novos detalhes sobre a investigação envolvendo os irmãos Claudio Miguel Miksza Filho e Guilherme Bernert Miksza, agora apontados como suspeitos de lavagem de dinheiro. A MK BR, instituição de pagamento criada pelos mesmos sócios fundadores da Titanium, foi vendida em 2021 para o empresário Eduardo Sbaraini, desencadeando uma série de acontecimentos controversos.
A gestora focada em tecnologia utilizava a MK BR para captação de investimentos de clientes e gestão de capital, alegando oferecer rentabilidade por meio de operações de arbitragem entre exchanges de criptomoedas. A situação ganhou destaque com a deflagração da Operação Ouranós pela Polícia Federal, que resultou em mandados de busca e apreensão e medidas cautelares contra várias pessoas físicas e empresas ligadas a Sbaraini.
A investigação apura um suposto esquema de captação de recursos, estimada em R$ 1 bilhão, com contornos que lembram uma pirâmide financeira. As autoridades destacam que os valores teriam transitado por diversas contas de passagem, buscando esvaziar o patrimônio da instituição financeira envolvida.
Investigações e desdobramentos da Operação Ouranós pela Polícia Federal
Mesmo operando em Santa Catarina, a Sbaraini tinha uma extensa rede de mais de 7 mil clientes em diversos Estados e até mesmo no exterior. A PF frisou a necessidade de bloqueio das contas da empresa devido à suspeita de operações de investimento coletivo sem a devida autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Até o momento, o foco do indiciamento recaiu sobre oferta irregular de investimentos, enquanto a possível caracterização de pirâmide financeira ainda está em avaliação.
A entrada da Titanium nesse contexto se deu através da venda da MK BR para Sbaraini, com informações sugerindo que os sócios teriam recebido cerca de R$ 30 milhões nessa transação. Estes valores teriam sido utilizados como ‘seed money’ para a criação dos fundos da Titanium, empresa regularizada pela CVM. Suspeitas indicam que a gestora poderia ter ocultado fundos provenientes de atividades ilícitas.
Desafios legais enfrentados e perspectivas futuras para os envolvidos
Advogados especializados apontam que a Titanium pode enfrentar acusações de lavagem de dinheiro ligadas às transações com Sbaraini. A complexidade do caso exige aprofundamento na investigação sobre possíveis movimentações financeiras entre as empresas envolvidas.
Paula Lima Hyppolito, do escritório Caputo, Bastos e Serra Advogados, destaca a necessidade de critérios específicos para configurar as práticas como ilícitas. O desenrolar das investigações pela Polícia Federal e demais órgãos competentes será crucial para determinar as responsabilidades e desdobramentos legais dos supostos crimes envolvendo a Titanium, Sbaraini e demais partes citadas no caso.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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