Conclusão tem prioridade na denúncia ante o STF sobre interesses econômicos, milícias e obstáculos. Militares dominados por animosidade tentaram dissuadir, mas outros políticos orientaram para realização. Obstáculos incluem territórios emboscadas e milícias, impedindo avanço. (144 caracteres)
A Procuradoria-Geral da República (PGR) determinou que o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, foi realizado com o intuito de salvaguardar interesses econômicos de milícias e desencorajar manifestações de oposição política. A acusação foi formalizada em uma denúncia recentemente entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra os irmãos Brazão, detidos em março deste ano.
Além disso, a PGR destacou que o homicídio de Marielle e Anderson foi um ato premeditado, visando silenciar vozes críticas e ameaçar a democracia. A investigação revelou que o assassinato foi planejado meticulosamente para atender aos interesses dos envolvidos, demonstrando a gravidade do crime cometido.
Acusados de Assassinato: Revelações e Desdobramentos
Eles estão sendo acusados de serem os mandantes do crime hediondo. Durante as minuciosas investigações, o ex-policial Ronnie Lessa fez um acordo de delação premiada e confessou ter cometido os assassinatos brutais. Na noite de quinta-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, levantou o sigilo do documento, trazendo à tona detalhes sombrios.
Na denúncia, o vice-procurador-geral da República, Hidenburgo Chateaubriand, acusou Domingos Brasão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão, deputado federal (União-RJ), de homicídio e organização criminosa. Segundo a PGR, o assassinato foi motivado por razões torpes e executado através de uma emboscada para dificultar a defesa de Marielle e Anderson.
As três transgressões foram perpetradas de forma traiçoeira e com o uso de artifícios que impediram qualquer reação defensiva. A rotina das vítimas foi meticulosamente estudada, a perseguição foi discreta e o ataque, na via pública, foi repentino. Marielle foi alvejada por quatro tiros na cabeça e Anderson, por três tiros nas costas, inviabilizando qualquer possibilidade de defesa.
O documento ressalta que o empenho da vereadora em regularizar terras para pessoas de baixa renda gerou animosidade com o grupo dos irmãos Brazão. Essas áreas estavam localizadas em terrenos controlados por milícias no Rio de Janeiro. ‘Marielle se tornou, assim, a principal opositora e o mais proeminente símbolo da resistência aos interesses econômicos dos irmãos. Eliminá-la significava remover de vez o obstáculo e, ao mesmo tempo, dissuadir outros políticos do grupo de oposição de seguir seu exemplo’, afirmou a PGR.
A denúncia também destaca que o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, por determinação do STF, deu orientações para a realização dos disparos. ‘Foi Rivaldo quem instruiu todos a não cometer o crime em um trajeto que levasse ou viesse da Câmara Municipal, a fim de camuflar a motivação política por trás do crime’, acrescentou a denúncia. Os acusados também serão responsabilizados pela tentativa de assassinato de Fernanda Chaves, então assessora de Marielle, que estava no veículo com a vereadora e conseguiu sobreviver.
No caso de Fernanda Gonçalves Chaves, o homicídio não se concretizou por circunstâncias alheias à vontade dos acusados. Devido ao fato de ela ter se abaixado e o corpo de Marielle estar ao seu lado, ela não foi atingida, escapando por pouco da morte certa.
Defesa
Em comunicado, a defesa de Chiquinho Brazão afirmou que ainda não teve acesso à denúncia apresentada pela PGR e desconhece os termos das delações no caso. O advogado Cleber Lopes declarou que se pronunciará com mais detalhes assim que a defesa tiver acesso a todos os elementos produzidos pela investigação. Os advogados Marcelo Ferreira e Felipe Dalleprane, representantes do delegado Rivaldo Barbosa, também afirmaram que ainda não tiveram acesso ao documento da PGR, demonstrando surpresa com a situação.
Fonte: @ Agencia Brasil
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