Clube chileno enfrentará Flamengo, quarta-feira, 21h30 (Brasília), no Maracanã, drama com clube Palestino pela fase pré-grupos.
Enquanto o cenário do sangrento conflito entre Israel e Hamas permanece tenso, uma equipe do Palestino desembarca no Maracanã, palco sagrado do futebol global, para encarar o temido Flamengo nesta noite de quarta-feira (10), às 21h30 (horário de Brasília).
O confronto no Maracanã promete ser intenso, com os torcedores ansiosos para ver o desempenho do time Palestino contra o poderoso Flamengo. A presença do clube palestino no estádio histórico representa muito mais do que um simples jogo de futebol, trazendo consigo uma carga simbólica importante para o povo palestino.
Palestino: Representação e História
A simples presença deste time Palestino na CONMEBOL Libertadores neste momento histórico traz a questão do Oriente Médio para o coração da maior competição de futebol do continente. O debate é inevitável, por mais que o clube não esteja fazendo qualquer tipo de campanha. Ele é representante de um povo que tem sofrido ao longo dos séculos e que talvez esteja vivendo hoje seu maior drama.
No jogo da equipe chilena na fase pré-grupos, contra o Nacional-PAR, por exemplo, manifestantes locais que pediam o ‘fim do genocídio’ em Gaza foram convidados a se retirar do estádio Defensores del Chaco, em Assunção. O tema está na mídia mundial há meses. Mas como um time Palestino veio parar na Libertadores?
A história começa no século XIX, quando a Palestina fazia parte do antigo Império Otomano, que participou da guerra da Crimeia. Na ocasião, foi estabelecido o serviço militar obrigatório para todos os cristãos, que também eram colocados na linha de frente das batalhas. Vítimas de preconceito e perseguição, esta minoria religiosa decidiu emigrar e encontrou na América do Sul, especialmente no Chile, condições para recomeçar sua vida.
Os cristãos são apenas 6% da população palestina, que em sua grande maioria é muçulmana. É curioso notar que dentro da colônia de meio milhão de palestinos que hoje vivem no Chile haja mais cristãos do que nos territórios originais no Oriente Médio. Com a base estabelecida por aqui, vários outros árabes se juntaram à colônia ao longo da história, especialmente depois da Segunda Guerra mundial e da criação do Estado de Israel.
Vivendo dentro de um país de maioria católica, os palestinos, inicialmente chamados de ‘turcos’, cresceram e ganharam grande espaço na economia e na política. A indústria têxtil do país sul-americano é 60% controlada por eles e cerca de 10% do senado chileno é composto por representantes da colônia. O Chile tem a maior colônia de palestinos fora do Oriente Médio e se transformou em um aliado político internacional, como os Estados Unidos são de Israel.
Time Palestino: Expressão e Conquistas
O clube Palestino chega a sua trajetória no futebol local como maior expressão comunitária da colônia palestina. Fundado há pouco mais de cem anos, inicialmente todos os jogadores eram nascidos no país árabe ou seus descendentes. Com o tempo, o time abriu suas portas para outras nacionalidades e construiu sua história no futebol local.
Embora nunca tenha sido um grande, o time conquistou dois títulos da primeira divisão (1955 e 1978) e três da Copa do Chile (1975, 1977 e 2018), além de seis vice-campeonatos destas competições (somados). São 70 anos na primeira divisão e a sexta maior soma de pontos da história do país. O período de ouro do Palestino foi na segunda metade da década de 1970.
Nesse tempo, o clube contava com nomes como Elias Figueroa e foi campeão chileno em 1978, mantendo-se invicto por 44 partidas. Além disso, alcançou o triangular semifinal da Libertadores de 1979. Considerado um dos maiores representantes da Palestina no mundo, o clube mantém um forte laço com o Oriente Médio, onde seus jogos são transmitidos regularmente.
Fonte: @ ESPN
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