Prédios próximos aos CTs de Palmeiras e São Paulo têm moradores famosos como Abel, Zubeldía e os dois jogadores expulsos no último Choque-Rei.
O clássico entre Palmeiras e São Paulo no último fim de semana foi intenso. Provocações, troca de agressões, empurrões, seguranças em campo… Tudo o que aconteceu após a vitória do time alviverde por 2 a 1 sobre o tricolor, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro, poderia facilmente ser comparado a uma discussão acalorada em um condomínio, como aquelas que vemos em novelas e filmes.
As cenas de rivalidade lembraram muito os conflitos em um prédio residencial, onde os ânimos se exaltam e as emoções ficam à flor da pele. Em meio a todo o tumulto, é importante lembrar que a rivalidade no futebol não deve ultrapassar os limites do respeito e da civilidade. Afinal, no final do dia, somos todos vizinhos no grande condomínio que é o mundo do esporte.
Condomínio de alto padrão próximo aos centros de treinamento
Diversos jogadores dos dois clubes, que já treinam separados por apenas um muro, residem em um condomínio de alto padrão localizado próximo ao CT da Barra Funda e à Academia de Futebol, centros de treinamento de São Paulo e Palmeiras, respectivamente. Zé Rafael e Nestor, por exemplo, que trocaram agressões após o Choque-Rei do último domingo quente e foram expulsos por Raphael Claus, são vizinhos de torres.
A privacidade e o alto padrão do condomínio dificulta que são-paulinos e palmeirenses se encontrem com frequência no dia a dia. As torres onde já moraram Dorival Júnior e Endrick, por exemplo, possuem elevadores que levam seus moradores direto aos apartamentos, sem contato com vizinhos. Mas Wellington Rato, um dos moradores, alertou após o último clássico: – Todo mundo mora aqui perto, todo mundo se vê no dia a dia, aí tem uns que querem fazer graça para a torcida deles porque estão jogando em casa… Aí no outro dia se encontra no prédio, e aí? Aí pode gerar uma confusão maior. É manter o respeito. Tem que saber ganhar e saber perder, mas nunca faltar com respeito ao adversário – disse o atacante tricolor.
Brigas entre condôminos viraram, recentemente, série do Globoplay – que teve sua segunda temporada lançada no domingo passado. Em 2023, ‘Os Outros’ ganhou destaque ao falar sobre as dificuldades de relacionamentos em um condomínio de classe média do Rio de Janeiro. No drama, filhos de dois casais brigam, e os pais tentam intervir, mas encontram dificuldade para chegar a um acordo. A briga, em ‘Os Outros’, ganhou maiores proporções e passou a envolver, também, outros moradores.
Nas torres onde moram diversos jogadores de Palmeiras e São Paulo, a presença das estrelas já é rotina e também afeta os vizinhos, mas sem brigas. – O Wellington Rato eu encontrei hoje, inclusive. Ele estava no mercadinho com a família. Nem quis falar nada. Mora no prédio de lá (outro lado). Nestor mora aí. O Zubeldía também, mas não o encontrei – disse um morador que não quis se identificar. – O Deyverson morava aqui, o Scarpa também. Eu já vi o Piquerez, o Endrick. Tenho um pouco de vergonha, mas falo com eles. Só dei oi e pedi uma foto. Só não deu tempo de pedir uma camisa – disse a filha de outro morador.
Em um condomínio, se alguém tem dor de cabeça é o síndico. Nas torres onde moram os rivais, a responsabilidade por tudo o que acontece lá é do gestor Edevaldo. Ele admite que a rotina não é fácil, mas que não tem problema com os jogadores. – Festas até que não tem problema, fazem a reserva. Mas é complexa a vida no condomínio. Mas aqui não ocorre nada. Futebol é alegria, não precisa de briga nenhuma – falou o gestor. Por causa da proximidade com os centros de treinamentos dos dois clubes, o condomínio virou uma das principais opções para os jogadores e técnicos de Palmeiras e São Paulo. Luís Zubeldía, Abel Ferreira, Raphael Veiga, Rodrigo Nestor, Wellington Rato, Estêvão, Piquerez, Zé Rafael e Gustavo.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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