Profissionais renomados assinam textos de saúde sobre relação do álcool com tumores. Volume ingerido condiciona surgimento. Acesso ao tratamento essencial.
O câncer é uma doença grave que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, mesmo com os avanços na área da oncologia. A cada ano, cerca de 19 milhões de novos casos são diagnosticados, resultando em mais de 10 milhões de mortes causadas pela doença, representando uma das principais causas de óbito em todo o planeta.
Os tumores malignos são responsáveis por grande parte dos casos de neoplasias diagnosticados, exigindo tratamentos cada vez mais avançados na área da oncologia. É fundamental a conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer para aumentar as chances de cura e reduzir o impacto da doença na sociedade.
A importância da prevenção e detecção precoce de câncer e suas lesões precursoras
Dois terços das neoplasias ocorrem em países de rendimento baixo e médio, onde o câncer é frequentemente diagnosticado tardiamente e o acesso ao tratamento é limitado. É previsto que o fardo global anual de tumores aumente para mais de 28 milhões de casos até 2040. Estas estatísticas sombrias suscitaram apelos mundiais para reduzir a mortalidade por câncer em um terço na próxima década.
E o fundamental para que isso aconteça é a prevenção primária, a detecção precoce e o tratamento do câncer, ou de suas lesões precursoras, o mais cedo possível. As bebidas alcoólicas acompanham a história do homem e estão associadas a ocasiões festivas, religiosas, recreacionais, mas também a episódios de abuso e doença (alcoolismo).
A influência do resveratrol na saúde e sua relação com o câncer
A discussão sempre gira em torno da ponderação sobre seus eventuais benefícios e potenciais riscos. A alegação de que o vinho é rico em resveratrol, um famoso composto natural que possui diversas propriedades benéficas à saúde, parece não se sustentar quando contrabalançada pelos efeitos nocivos do álcool. O álcool é um agente cancerígeno conhecido que aumenta o risco de vários tipos de câncer.
Um relatório da American Association for Carcer Research (AACR) atribui ao consumo de bebidas a terceira posição nas causas de tumores, perdendo apenas para o tabagismo e o excesso de massa corporal. Conforme o relatório do Global Burden of Disease (GBD), o álcool é o segundo fator de risco mais importante em homens e o sétimo em mulheres.
O impacto do consumo de álcool na incidência de câncer em diferentes regiões do corpo
Há uma clara relação entre dose e risco – quanto maior a ingestão, pior. Os bebedores pesados tinham um risco significativamente maior de câncer de estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas e pulmão. Também houve indicação de associação positiva entre consumo de álcool e risco de melanoma e câncer de próstata.
Vale lembrar que o ‘grau’ de percentagem alcoólica impresso em todos os rótulos de bebidas é a fração em volume (em quantidade de mililitros de álcool absoluto) contida em 100 mililitros de mistura hidroalcóolica. Uma taça de vinho com 120 ml, (em média 12ºGL) contém 14,4g de álcool, uma lata de cerveja de 330ml (5ºGL) contém 16,5g, e um copo de destilado (30ml a 40ºGL) contém 12g de álcool.
Continua após a publicidade Globalmente, estima-se que 741.300, ou 4,1% de todos os novos casos de câncer em 2020, foram atribuíveis ao consumo de álcool. Os homens representaram 76,7% do total desse montante. Hoje não parece haver uma quantidade segura para o consumo.
Fonte: @ Veja Abril
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