Pesquisa indica que apenas 25% dos jovens de 10 a 24 anos possuem experiência completa na internet, devido à desigualdade social nos níveis de uso da rede.
O estudo do Cetic (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação) revela que jovens brasileiros com idades entre 10 e 24 anos não estão no topo da lista daqueles que possuem uma experiência completa na internet no Brasil. A pesquisa destaca a importância de analisar de perto como diferentes faixas etárias interagem e utilizam a rede.
É fundamental entender que as experiências online variam de acordo com a idade, e os adolescentes e jovens podem explorar a internet de maneiras únicas. A diversidade de usos e atividades na web aponta para a necessidade de criar estratégias digitais que atendam às distintas necessidades desse público. Jovens são protagonistas na era digital e demandam abordagens inovadoras e adaptadas para promover experiências significativas online.
Desafios enfrentados pelos Jovens na Experiência Completa da Internet
O recente levantamento realizado evidenciou lacunas no acesso, na utilização e na abrangência da internet em todo o país. Dentro da análise por faixa etária, a pesquisa demonstra que não é necessariamente verdadeira a noção de que os jovens estão mais conectados ao mundo virtual. A coordenadora do estudo, Graziela Castello, esclarece que o conceito de inclusão digital não está vinculado exclusivamente a uma transição geracional, indo de encontro ao senso comum de que os adolescentes são altamente conectados.
Ao considerar a conectividade de maneira abrangente, fica evidente que uma porção significativa desse grupo enfrenta condições precárias de conectividade e enfrentará desafios ao adentrar no mercado de trabalho. ‘A realidade de um jovem que reside em áreas periféricas e não possui acesso de qualidade à internet é substancialmente diferente da de um jovem da mesma idade que desfruta de melhores condições. Essas disparidades acentuam as desigualdades já existentes.’ Segundo Castello, as diferenças de conectividade entre os jovens podem resultar em variações significativas no acesso e uso da internet.
A pesquisa se baseou em 9 indicadores específicos, como o custo da conexão domiciliar, o plano de celular, a quantidade de dispositivos por pessoa, a presença de computador no domicílio, a diversidade de dispositivos utilizados, o tipo e velocidade da conexão domiciliar, a frequência de uso da internet e os locais onde a internet é acessada de forma diversificada. Com base nesses critérios, constatou-se que apenas 16% e 24% dos indivíduos entre 10 e 15 anos, e de 16 a 24 anos, respectivamente, atendiam de 7 a 9 desses indicadores, como evidenciado no gráfico abaixo.
Os índices mais altos são observados nos grupos etários mais representativos no mercado de trabalho, especialmente entre 25 e 44 anos. A pesquisa também revelou que, embora 84% da população brasileira com 10 anos ou mais acesse a internet, apenas 22% dos brasileiros a partir dessa faixa etária têm condições de utilizá-la de maneira satisfatória. Para a maioria, 57%, a realidade é menos otimista, apontando para uma grande disparidade na inclusão digital entre os diferentes grupos demográficos.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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