A escrita da mulher negra desafia desigualdade social em espaço majoritariamente branco, valorizando identidade racial.
O legado literário de Machado de Assis é uma testemunha silenciosa dos estigmas do racismo no Brasil. Como figura central da literatura brasileira, sua obra é permeada por temas de racismo e preconceito, refletindo a sociedade da época.
Embora tenha alcançado um status de destaque em uma sociedade majoritariamente branca, Machado de Assis sempre se defrontou com o preconceito e a discriminação. Sua identidade racial foi frequentemente etnocêntrica e silenciada pela história oficial, levantando questões sobre a relutância em reconhecer a realidade do racismo no Brasil. O seu legado literário é, portanto, um lembrete de como as contradições do racismo afetam até mesmo os mais influentes da sociedade.
Identidade racial disputada: Machado de Assis e a visão sobre o racismo na sociedade europeia
No espaço da Europa, onde a desigualdade social é um problema de larga escala, um dos principais desafios enfrentados pela mulher, negra, é o racismo silencioso que ela pratica no seu dia a dia. Esse racismo sem trégua é o que Vini Jr. enfrenta na Europa, e sua determinação para punir agressores é um exemplo de como pessoas podem se reunir contra o preconceito e a discriminação.
Machado de Assis e a luta contra o etnocentrismo na sociedade brasileira
A questão racial de Machado de Assis, considerado o maior escritor brasileiro de todos os tempos, traz uma informação curiosa, senão polêmica, na certidão de óbito de Joaquim Maria Machado de Assis, morto aos 69 anos em 29 de setembro de 1908, há 115 anos. A nona linha do formulário declara que sua cor era ‘branca’, o que levanta questões sobre como o próprio Machado de Assis se identificava racialmente e como ele se via.
Racismo e etnocentrismo: uma questão importante na sociedade majoritariamente branca
Um dos documentos citados pela professora Raquel Machado Gonçalves Campos, da Universidade Federal de Goiás, é a carta enviada pelo poeta português Gonçalves Crespo a Machado, com data de 6 de junho de 1871. ‘A Vossa Ex., já eu conhecia de nome há bastante tempo. De nome e por uma certa simpatia que para si me levou quando me disseram que era… de cor como eu’, diz trecho da correspondência.
Identidade racial na sociedade europeia: um desafio de longa data
A expressão ‘de cor’ era a mais aceita naquele momento histórico para descrever pessoas negras, e o relevante é que Machado é visto como um homem ‘de cor’ por um escritor de seu próprio tempo. Pesquisadora na Universidade Federal de Santa Catarina, a historiador Cristiane Garcia traz outro elemento que pode indicar que o escritor, em vida, se via como negro.
Racismo e preconceito: um problema de larga escala na sociedade
A tipografia de Paula Brito foi a responsável pela imprensa negra de meados do século XIX, no Brasil, e ali se organizava uma rede de homens negros que se ajudavam e protegiam, pelo menos até os primeiros anos da década de 1860. E a condição de ser homem negro na sociedade da época é uma questão presente na produção deles, em alguns jornais que saíam da tipografia do Paula Brito, no posicionamento político, e na luta contra o etnocentrismo.
Fonte: @ Nos
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