A Moove, da Cosan, adiou oferta pública inicial, que buscava levantar até US$ 437,5 milhões, primeiro IPO de uma empresa brasileira desde dezembro de 2021, e consolidaria o IPO de ações da companhia.
Após alimentar a expectativa do mercado com a promessa de concretizar a primeira listagem de uma companhia brasileira desde a abertura de capital do Nubank, em dezembro de 2021, a Moove, empresa de lubrificantes da Cosan, adiou seu IPO na Bolsa de Nova York, apesar dos riscos inerentes a um processo tão delicado. Parece que não foi dessa vez, mas a Moove certamente já pensa na próxima oportunidade.
Com uma comissão de valores altos, a Moove certamente enfrentará riscos significativos, conforme previsto. Mas, a empresa, casada que é à Cosan, tem como apoiá-la em sua decisão. O fato de a Cosan ter uma posição sólida no mercado de lubrificantes e que o mercado de ações está em um momento de alta expectativa, fator que certamente será usado pela empresa para se recuperar no mercado. Também é perfeitamente possível que a empresa tenha decidido não realizar o IPO por um motivo de segurança, evitando assim riscos diretos ao capital social.
A expectativa de crescimento da Cosan encontra-se em uma situação de incerteza
A empresa de lubrificantes, da Cosan, anunciou na última quarta-feira, 9 de outubro, que decidiu suspender sua oferta pública inicial de ações em Nova York, devido a condições adversas de mercado. Essa decisão foi tomada após uma análise minuciosa das condições atuais do mercado, que apontaram para um risco excessivo. A empresa considera manter o mercado atualizado sobre o desenvolvimento desse tema, indicando que a decisão pode ser revisitada no futuro.
A primeira notícia sobre o IPO da Cosan em Nova York data de 17 de setembro, quando a companhia protocolou o pedido para a abertura de capital da operação junto à Securities and Exchange Commission (SEC). Duas semanas depois, em 1º de outubro, o grupo avançou com o projeto, divulgando o plano de captar até US$ 437,5 milhões com a oferta de 25 milhões de ações, precificadas em uma faixa estimada de US$ 14,50 a US$ 17,50. Esse passo visava garantir um valor de mercado de até US$ 1,94 bilhão para a companhia de lubrificantes na oferta coordenada pelos bancos J.P. Morgan, Bank of America, Citi, Itaú BBA, BTG Pactual e Santander.
Conforme reportado, a empresa tinha condições de vendas de duas vezes a oferta, mas elas estavam distribuídas entre pequenos investidores, o que tornava difícil assegurar uma boa negociação do papel após a listagem. Um tema recorrente nas conversas finais foi o risco-Brasil, que afetou a expectativa de crescimento da empresa. Fundos long-only que haviam acenado com ordens de US$ 30 milhões acabaram entrando com ordens na casa de US$ 2 milhões para reduzir a exposição a esse risco. Com o ciclo de juros novamente em viés de alta no Brasil e os dois terços do Ebitda da Moove ainda no País, a tese acabou não emplacando.
Fonte: @ NEO FEED
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