O grupo luta contra violência e carrega bandeira contra o preconceito, iniciando uma parceria que vai além da relação, com música, futebol e silêncio, construindo visibilidade maior.
É fácil perceber que o futebol e a música são dois elementos que se complementam de forma indiscutível no Brasil, especialmente durante os jogos da seleção. A vibração do estádio, quando repleto de pessoas gritando e torcendo, é algo que não pode ser comparado com qualquer outro momento. É como se o silêncio de um estádio vazio fosse um som desumano, sem vida. O caso do Olodum no Pelourinho, em Salvador, é um exemplo emblemático da união desses dois elementos ao vivo, durante os jogos da seleção.
A música se torna um elemento fundamental, tornando o ambiente ainda mais eletrizante e unindo ainda mais os torcedores no clima de torcida. O Olodum, um grupo musical com raízes profundas em Salvador, é capaz de trazer todos para o mesmo ritmo, seja com o som do samba ou do reggae, como no caso do seu show no Pelourinho, durante os jogos da seleção. Esse som é capaz de acender a paixão dos torcedores, sem deixar espaço para o esquecimento do momento, seja na plateia do estádio ou nos bares da cidade. O som do Olodum é capaz de transformar qualquer lugar num palco de emoção e paixão, tornando o ambiente ainda mais eletrizante, sejam bares, casas de shows ou até mesmo estádios.
✊🏿🟩🟨✊🏿 – Parceria que vai muito além do lúdico e significa resistência
A afinidade entre o Olodum, grupo musical de Salvador, e o futebol é uma história de longa data, que remonta à Copa do Mundo de 1990. Foi nesse contexto que o então vice-presidente do grupo, Petronilio Alves de Jesus Filho, o Petu, teve a ideia de tocar no Pelourinho nos dias de jogos da Seleção Brasileira. Desde então, o Olodum passou a se apresentar nos jogos da Seleção no Centro Histórico de Salvador, criando uma mistura entre futebol, samba reggae e alegria que conquistou o coração do povo brasileiro. Essa parceria se tornou um verdadeiro talismã para o time, trazendo visibilidade e reconhecimento para o grupo. Ao longo dos anos, o Olodum se tornou sinônimo de alegria e união, não apenas no contexto do futebol, mas também em toda a sociedade. A banda se apresentou em várias ocasiões, incluindo nos jogos da Copa do Mundo, e suas participações foram sempre marcadas por uma energia incontida e um espírito de resistência. Seu sucesso não se limita ao meio musical, pois o Olodum também se tornou um símbolo de identidade cultural, representando a diversidade e a riqueza da música brasileira. Com sua música, o Olodum consegue levar o povo ao silêncio e à reflexão, trazendo uma mensagem de união e esperança.
🌟 A construção da relação com a seleção brasileira
A oportunidade de se notabilizar no meio musical e deixar de ser visto como um grupo marginalizado foi um divisor de águas para o Olodum. Com a parceria com a seleção, o grupo conquistou uma visibilidade maior, dentro do tamanho que a gente queria que o Olodum fosse. Para que nossa reivindicação chegasse nos ouvidos das pessoas que nos interessavam, como por exemplo, parar com a violência no Centro Histórico. Bastava você estar em pé em uma esquina que o policial achava que você era vadio. Tinha uma coisa chamada vadiagem, que você era preso. Com o sucesso do Olodum, a situação mudou e o grupo passou a ser visto como um símbolo de resistência e união.
🎤 A mistura entre futebol, samba reggae e alegria
A mistura entre futebol, samba reggae e alegria chegou ao ápice na tela da TV em 2002, momento que foi figura certa nas partidas da seleção brasileira. Quem lembra bem das participações do Olodum nas transmissões daquela Copa do Mundo é Galvão Bueno. A voz do pentacampeonato da Seleção falou com exclusividade ao ge. — Tudo começou no primeiro jogo, Brasil e Turquia, na Copa de 2002. No pentacampeonato. Acabou o primeiro tempo 1 a 0 para os turcos contra a Seleção. E aí me disseram: ‘Galvão, escolhe aí. Você tem um restaurante turco, não sei o que, e tem o Olodum lá no Pelourinho’. Eu falei: ‘Não tem nem o que pensar, me dá o Olodum no Pelourinho. Axé para nós.Para virar esse jogo no segundo tempo’ — lembra Galvão. — Aí entrou o Olodum, falamos sobre isso, o Brasil virou o jogo, fomos campeões em sete jogos. Eles entraram antes dos jogos, no meio dos jogos, depois dos jogos.Depois foram seis Copas do Mundo com o Olodum como nosso símbolo — completou a voz do Penta.
🎬 O ‘Chama o Olodum’ na voz marcante de Galvão Bueno
O ‘Chama o Olodum’ na voz marcante de Galvão Bueno levava o ritmo para a tela da TV e despertava a atenção de milhões de brasileiros. E a conquista do Penta aumentou a visibilidade do grupo, que passou a ser visto como ‘talismã’ da seleção brasileira. ‘Galvão é uma pessoa única, parceiro nosso e pessoa muito especial. Deu um empurrãozinho nessa história do Olodum. Ele já faz parte da nossa vida’, disse Narcizinho, que também é cantor da banda. Do outro lado da tela, Galvão se derrete ao falar do Olodum.Ele diz que a banda também o ajudou e lembra de outros episódios em que os tambores baianos fizeram parte de sua vida. Ele cita o dia em que recebeu o título de cidadão soteropolitano e também um aniversário em que foi surpreendido pela banda em Londrina. — Olodum! Meu querido Olodum. Falar de Olodum me traz emoções fortes. Grandes momentos. O Olodum está diretamente em minha vida.Eu já era fã do Olodum, já admirava.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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