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Ensaio destaca redução tumoral em 75% dos pacientes em reunião anual da Sociedade Latino-Americana de Oncologia no Hospital Israelita Albert Einstein.
Uma pesquisa realizada no Brasil revelou uma abordagem inovadora no tratamento do câncer de pênis em estágio avançado, chamando a atenção durante a conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), que ocorreu na segunda-feira, 3, sendo considerado o maior evento médico especializado nesse assunto em escala global.
O estudo apresentou resultados promissores no combate ao tumor peniano, demonstrando avanços significativos no tratamento oncológico da neoplasia peniana. Essa descoberta representa um marco importante na luta contra o câncer de pênis, oferecendo novas perspectivas e possibilidades para os pacientes afetados, evidenciando a importância da pesquisa contínua nessa área de atuação.
Estudo Oncológico Apresenta Destaques em Tratamento de Câncer de Pênis
Conduzido pelo médico especialista em oncologia, Fernando Maluf, do renomado Hospital Israelita Albert Einstein e também fundador do Instituto Vencer o Câncer, o ensaio clínico que envolveu 33 pacientes trouxe resultados promissores no tratamento do câncer de pênis. A combinação inovadora entre imunoterapia e quimioterapia demonstrou uma redução significativa no volume tumoral em 75% dos participantes, com quase 40% apresentando uma diminuição expressiva na lesão.
O estudo denominado Hercules, realizado em colaboração com 11 centros de pesquisa brasileiros e conduzido pelo Grupo Latino-Americano de Oncologia Cooperativa (Lacog), teve início no ano de 2020 e acompanhou de perto os pacientes submetidos a seis sessões de imunoterapia e quimioterapia. Após o término do ciclo inicial, os participantes continuaram o tratamento com imunoterapia, totalizando 34 aplicações ao longo do acompanhamento.
Durante o estudo, os voluntários foram submetidos a exames de imagem a cada seis semanas, permitindo uma avaliação precisa da evolução do tratamento. O câncer de pênis, uma condição grave com baixa sobrevida e poucas opções terapêuticas eficazes disponíveis, foi alvo de uma abordagem inovadora neste ensaio clínico. A combinação de quimioterapia convencional com o uso do medicamento pembrolizumabe, que atua estimulando os linfócitos para um combate mais eficaz ao tumor, mostrou resultados promissores a longo prazo.
Segundo o Dr. Maluf, a taxa de resposta ao tratamento dobrou em comparação com as terapias convencionais, e o grupo de pesquisa observou uma manutenção do controle da doença mesmo após dois anos de acompanhamento. Esses resultados representam um avanço significativo no campo da oncologia, oferecendo novas perspectivas para pacientes com câncer de pênis em estágios avançados.
Embora o câncer de pênis seja considerado uma condição rara, sua gravidade e impacto na qualidade de vida dos homens não podem ser subestimados. Fatores como higiene íntima inadequada e infecção pelo papilomavírus humano (HPV) estão associados ao desenvolvimento desse tipo de neoplasia peniana, que em casos mais graves pode levar à necessidade de amputação do órgão.
O Brasil, infelizmente, lidera as estatísticas de incidência de câncer de pênis no mundo, com números alarmantes de amputações e óbitos relacionados à doença. A conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e do acesso a tratamentos eficazes é fundamental para reverter esse cenário preocupante e garantir melhores prognósticos para os pacientes.
Os sinais de alerta para o câncer de pênis incluem a presença de feridas persistentes, tumorações na glande ou no corpo do pênis, secreção anormal, aumento do tecido na glande e presença de gânglios inguinais. Identificar esses sintomas precocemente pode fazer toda a diferença no tratamento e na evolução da doença.
Diante dos desafios enfrentados no combate ao câncer de pênis, iniciativas como o estudo Hercules representam um marco importante na busca por terapias mais eficazes e menos invasivas. A colaboração entre instituições de renome e especialistas dedicados, como o Dr. Fernando Maluf, é essencial para avançar no tratamento dessa neoplasia peniana e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados.
Fonte: @ Veja Abril
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