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Estudos destacaram terapias personalizadas para atacar metástases cerebrais, aumentando sobrevida e qualidade de vida em evento de oncologia.
Neoplasia silenciosa e grave quando descoberta tardiamente, o câncer de pulmão foi abordado em alguns dos estudos mais promissores apresentados durante a reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês), maior evento médico dedicado ao tema no mundo, que terminou nesta terça-feira, 4.
Além disso, a pesquisa também destacou a importância da detecção precoce do tumor pulmonar, ressaltando a necessidade de mais investimentos em prevenção e tratamento da neoplasia pulmonar.
Avanços na Pesquisa de Terapias para o Câncer de Pulmão
Diversos estudos têm se dedicado a investigar terapias inovadoras que têm impactado positivamente a sobrevida de pacientes com neoplasia pulmonar. Essas pesquisas têm apresentado soluções tecnológicas avançadas para oferecer suporte a indivíduos em cuidados paliativos, visando proporcionar conforto e qualidade de vida àqueles que não respondem mais às opções de tratamento convencionais.
O câncer de pulmão, em sua maioria relacionado ao tabagismo, é responsável por mais de 80% das mortes por tumor em todo o mundo. As investigações mais recentes têm se concentrado em estratégias personalizadas para combater eficazmente as células cancerígenas, especialmente em casos de metástases cerebrais, que representam um desafio significativo.
Durante um evento recente, foram destacadas iniciativas que exploraram o câncer de pulmão de não pequenas células, um dos tipos mais comuns da doença, com alto potencial de disseminação para o cérebro. Um dos pontos altos foi o estudo envolvendo o lorlatinibe, um medicamento da Pfizer, que demonstrou eficácia em prolongar a sobrevida sem progressão da doença por até cinco anos em 60% dos pacientes avaliados.
O uso do lorlatinibe nestes casos foi considerado um marco significativo devido aos benefícios observados, especialmente na proteção contra metástases cerebrais, que representam uma vulnerabilidade nesse perfil de paciente. Carlos Gil Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas, ressaltou a importância desse avanço para a oncologia contemporânea.
Além disso, estudos de fase 3, como o Laura e o Adriatic da AstraZeneca, trouxeram inovações no campo da terapia-alvo e imunoterapia para o tratamento do câncer de pulmão. No ensaio Laura, o osimertinibe, um inibidor do gene EGFR, demonstrou uma redução significativa no risco de progressão da doença, com uma melhora de 84% na sobrevida livre de progressão em pacientes com mutação nesse gene.
O estudo Adriatic, por sua vez, focou em pacientes com câncer de pulmão de pequenas células em estágio limitado, que não responderam adequadamente à quimiorradioterapia. A utilização da imunoterapia durvalumabe mostrou resultados promissores, com uma redução de 27% no risco de morte e uma taxa de sobrevida de 57% após três anos de acompanhamento.
Essas descobertas representam avanços significativos no tratamento do câncer de pulmão, oferecendo novas perspectivas para pacientes que enfrentam essa condição desafiadora. A busca por terapias mais eficazes e personalizadas continua a impulsionar a inovação no campo da oncologia, prometendo melhorias substanciais na qualidade de vida e na sobrevida dos pacientes afetados.
Fonte: @ Veja Abril
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