John Donahoe culpa o trabalho remoto de 2 anos pela falta de inovação na empresa. Agora, busca recuperar o tempo perdido legado pela pandemia usando plataforma de videoconferência.
O trabalho remoto tornou-se uma realidade para muitas empresas durante a pandemia. Em novembro de 2021, mesmo sob os efeitos da crise de saúde global, a Nike atingiu seu maior valor de mercado desde sua abertura de capital, alcançando US$ 276,2 bilhões. No entanto, pouco mais de dois anos depois, a situação mudou, e a empresa de artigos esportivos enfrenta uma desvalorização de 15,2% em suas ações no acumulado de 2024.
O trabalho à distância pode trazer benefícios significativos para funcionários e empresas, incluindo mais flexibilidade e potencial economia de custos operacionais. A prática de home office se tornou parte integrante da cultura empresarial moderna, permitindo que as equipes trabalhem de forma eficaz, independentemente da localização física, algo que vem sendo cada vez mais valorizado no mundo corporativo.
O desafio do trabalho remoto na inovação da Nike
Em meio a uma trilha descendente, um ponto chave para os investidores é a falta de novos produtos no portfólio da Nike, avaliada em impressionantes US$ 138,8 bilhões. Desde o início de 2020, John Donahoe lidera a empresa e aponta o teletrabalho como um dos legados da pandemia que impactaram a inovação. Em uma entrevista à CNBC, ele destacou que a ausência de inovação disruptiva é resultado da dificuldade de desenvolver calçados criativos enquanto os funcionários trabalhavam à distância.
Durante a pandemia, as fábricas no Vietnã foram forçadas a interromper suas operações, e os funcionários da Nike adotaram o home office por dois anos e meio. Donahue reconhece a importância do retorno ao trabalho presencial: ‘É realmente difícil criar um produto inovador pelo Zoom’. Com a retomada das interações presenciais, a empresa focou na reconstrução de seu pipeline de inovação disruptiva, prometendo lançamentos regulares e uma nova abordagem de inovação.
A concorrência acirrada no mercado levou a Nike a anunciar um ambicioso plano de reestruturação em dezembro de 2023, com a meta de reduzir US$ 2 bilhões em custos nos próximos três anos. No entanto, a revisão para baixo das projeções futuras desagradou os investidores, resultando em uma queda de 12% nas ações da empresa e uma perda de mais de US$ 16 bilhões em valor de mercado. A Nike enfrenta o desafio de recuperar sua participação de mercado frente a concorrentes emergentes como a On Running e a Hoka.
No ano fiscal de 2024, a companhia projeta um crescimento de apenas 1% na receita, em contraste com a estimativa anterior de cerca de 5%. Essa redução nas previsões impactou negativamente a confiança dos investidores, refletindo-se no mercado de ações. A decisão de demitir 2% dos funcionários também gerou controvérsias, uma vez que a última vez que a empresa enfrentou uma queda tão significativa foi em 1997.
A jornada da Nike para reconquistar sua posição de destaque no mercado esportivo passa pela superação dos obstáculos impostos pelo trabalho remoto e pela retomada da inovação disruptiva. Alinhar a equipe, estimular a criatividade e a colaboração presencial podem ser cruciais para impulsionar a marca rumo ao sucesso no cenário altamente competitivo da indústria esportiva.
Fonte: @ NEO FEED
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