Literato celebra Dia Nacional do Livro após passagem pela Faculdade Largo de São Francisco e carreira jurídica como promotor público.
Hoje, em comemoração ao Dia Nacional do Livro Infantil, celebramos o legado de Monteiro Lobato, um dos grandes nomes da literatura infantil brasileira. Conhecido por suas obras que encantam gerações, Monteiro Lobato deixou sua marca na história da literatura nacional, inspirando crianças e adultos com suas histórias cativantes.
O escritor Monteiro Lobato não se destacou apenas na literatura infantil, mas também teve uma breve incursão no mundo do Direito, onde atuou como promotor público. Mesmo com sua contribuição menos conhecida nessa área, Lobato continua sendo lembrado principalmente por suas obras atemporais e personagens marcantes. A genialidade de Monteiro Lobato transcende gerações, mantendo viva sua importância no cenário literário brasileiro.
Monteiro Lobato: um ícone da literatura brasileira
Nascido em Taubaté/SP em 1882, o renomado escritor Monteiro Lobato seguiu os passos de seu avô, o Visconde de Tremembé, e formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco. Após obter o diploma em 1905, Lobato retornou a Taubaté e candidatou-se ao cargo de promotor público, iniciando suas atividades na cidade de Areias em breve período. Sua carreira jurídica, de 1907 a 1911, foi marcada por sua passagem como promotor de Justiça.
Após a trágica perda de seu avô no início de 1911, Monteiro Lobato decidiu deixar a carreira jurídica para se dedicar à vida de fazendeiro e escritor. Foi durante esse período que ele iniciou sua jornada como escritor, publicando contos, crônicas e críticas que o consagraram como um dos maiores literatos do Brasil. Apesar de ter sido breve, sua atuação como promotor público também deixou sua marca nos registros jurídicos da época.
Um aspecto interessante da vida de Monteiro Lobato como escritor e ex-promotor público foi revelado em um artigo do historiador João Gabriel Rosa de Almeida. No início da década de 1930, o jornalista Eurico Pereira Penna criticou Lobato em um jornal regional chamado O Cruzeirense, por suas ações que foram consideradas injustas pela comunidade de Areias. Essa situação evidenciou uma faceta menos conhecida do renomado escritor Monteiro Lobato, mostrando seu envolvimento com a política e suas ambições em diferentes esferas.
É sabido que a obra ‘Cidades Mortas’ foi inspirada no município de Areias, onde Lobato atuou como promotor público. A partir desse cenário, o autor criou as fictícias cidades de Itaoca, Itapuca e Oblivion, retratando a estagnação sócio-econômica da região do Vale do Paraíba de forma magistral em sua obra literária.
Um dos registros mais significativos da passagem de Monteiro Lobato pelo cargo de promotor público é uma carta datada de junho de 1907. Nessa correspondência, Lobato explana os motivos que o levaram a condenar o jovem João Baptista de Oliveira, demonstrando sua argumentação jurídica embasada em detalhes precisos e análises minuciosas. Ao destacar a culpabilidade do réu, Lobato revela sua perspicácia e comprometimento com a justiça, evidenciando suas habilidades além do campo literário.
A figura multifacetada de Monteiro Lobato, como escritor e ex-promotor público, revela um homem de múltiplos talentos e interesses. Sua trajetória desde a Faculdade do Largo de São Francisco até sua consolidação como um dos maiores nomes da literatura infantil brasileira é um verdadeiro tesouro da história cultural do país. O legado de Monteiro Lobato transcende gerações, inspirando leitores e admiradores em todo o Brasil.
Fonte: © Migalhas
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