Fábrica de mosquitos modificados com Wolbachia, bactérias contra dengue, entra em funcionamento (2025). Ministério da Saúde construirá duas semelhantes em Paraná e Ceará. Primeira fase: custeio, operações, reduções de 90%. Trágica mineração, acordos de reparação. Fundação Oswaldo Cruz, parceria. Produção de mosquitos: melhores métodos australianos, etapa de operação, números iniciar em 2025. Mosquitos bactéricos contra dengue: primeira fase, Vale, reparação de danos. Biofábrica, bactérica, Wolbachia.
Em Minas Gerais, foi aberta recentemente uma fábrica de mosquitos modificados com Wolbachia, conhecidos como Wolbitos. Esses insetos são uma inovação no combate às arboviroses transmitidas por vetores, como a dengue, pois a presença da bactéria Wolbachia neles impede a propagação dessas doenças.
A iniciativa de utilizar mosquitos modificados com bactéria em larga escala é um passo importante na prevenção de doenças transmitidas por insetos. Os resultados positivos obtidos com os mosquitos com Wolbachia reforçam a eficácia dessa estratégia inovadora, mostrando como a ciência pode ser aliada na proteção da saúde pública.
Mosquitos Modificados com Wolbachia: uma Revolução no Combate às Doenças Transmitidas por Mosquitos
A produção dos mosquitos modificados com Wolbachia, porém, só deve começar em 2025. Os recursos para a construção do prédio em Belo Horizonte foram provenientes do acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, em janeiro de 2019. A tragédia tirou a vida de 272 pessoas. Na primeira fase do novo projeto, os mosquitos Aedes aegypti com a bactéria serão soltos na cidade de Brumadinho e em outros 21 municípios da Bacia do Rio Paraopeba.
Segundo o Ministério da Saúde, a Vale também vai arcar com a montagem dos equipamentos e o custeio das operações por cinco anos. A construção do prédio recebeu um investimento de aproximadamente R$ 20 milhões, e a etapa de operação prevê mais R$ 57 milhões, de acordo com o governo mineiro.
Mosquitos Modificados com Wolbachia: Redução Drástica nos Casos de Dengue e Outras Doenças Transmitidas por Mosquitos
A ideia é que a biofábrica de Wolbitos consiga atender à demanda de todos os municípios mineiros. ‘A fábrica com certeza vai chegar a uma capacidade de 60 milhões de mosquitos por mês. Com o tempo, vamos ter aqui em Minas números muito melhores com relação à dengue’, afirmou o governador Romeu Zema (Novo). O Estado já registou mais de 1,3 milhão de casos prováveis e confirmou 324 mortes pela doença neste ano. É uma fábrica que vai revolucionar o futuro de Minas Gerais no médio e longo prazo.
Conforme mostrou o Estadão, em cidades onde a técnica com mosquitos modificados com Wolbachia tem sido utilizada, pesquisadores alcançaram reduções de até 90% na incidência da dengue. Eles também obtiveram resultados positivos em relação a outras doenças causadas pelo mosquito, como zika e chikungunya. No Brasil, o método australiano é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com o financiamento do Ministério da Saúde em parceria com governos locais, desde 2014.
Mosquitos Modificados com Wolbachia: Expansão do Programa e Novas Frentes de Atuação
Até o ano passado, o World Mosquito Program (WPM), detentor da patente da metodologia, usava provisoriamente o prédio da Fiocruz, no Rio, e um espaço cedido pela prefeitura de Belo Horizonte para produzir os Wolbitos. Durante a inauguração da biofábrica em Minas Gerais, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, mencionou que esta é a primeira biofábrica além da do Rio de Janeiro, mas a pasta tem planos de expansão para outros Estados, como Paraná e Ceará.
Em fevereiro, Ethel informou ao Estadão que a pasta havia adquirido toda a produção de mosquitos da Fiocruz para este ano. Com os R$ 30 milhões investidos, o método Wolbachia chegou a seis novas cidades: Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC). Antes, estava presente em outras cinco: Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE). A utilização de mosquitos modificados com Wolbachia promete ser um divisor de águas no controle das doenças transmitidas por mosquitos.
Fonte: @ Estadão
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