Publicação com 40 indicadores de bases como Censo, Pnad Contínua, Snis, abordando temas como educação, renda, trabalho, ações climáticas e violência LGBTQIA+.
(FOLHAPRESS) – A desigualdade social ainda é um dos principais desafios enfrentados pelas cidades brasileiras. Embora algumas apresentem avanços significativos, como Curitiba, outras como Porto Velho ainda enfrentam sérias dificuldades. A disparidade nos indicadores de educação, renda e trabalho demonstram a urgência de políticas públicas voltadas para a redução da desigualdade.
É fundamental que as cidades busquem uma sociedade mais igualitária, onde todos os cidadãos tenham acesso às mesmas oportunidades. A busca por uma realidade menos desigual deve ser prioridade para garantir um desenvolvimento sustentável e inclusivo para todos os seus habitantes. Ações climáticas e combate à pobreza são apenas alguns dos aspectos que podem contribuir para a construção de uma sociedade mais equitativa.
Desigualdade entre as Capitais Brasileiras
Já as três capitais mais populosas do país (fora Brasília, não considerada pela pesquisa) -São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza- estão posicionadas, respectivamente, no quinto, no 11º e no 20º lugar. As informações são do Mapa da Desigualdade entre as Capitais, divulgado pelo Instituto Cidades Sustentáveis nesta terça-feira (26).
A publicação reúne 40 indicadores de diferentes bases e levantamentos, como o Censo, as diferentes Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua e o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis). Agrupados de acordo com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas).
Os dados usados também são de diferentes anos, de acordo com a atualização mais recente entre eles durante a elaboração do estudo.
Ranking Classifica Capitais na Luta Contra a Desigualdade
Curitiba – 677
Florianópolis – 672
Belo Horizonte – 615
Palmas – 607
São Paulo – 594
Vitória – 590
Cuiabá – 583
Porto Alegre – 580
Goiânia – 578
Campo Grande – 549
Rio De Janeiro – 548
Natal – 516
Boa Vista – 498
Teresina – 473
Aracaju – 468
João Pessoa – 463
Salvador – 438
Macapá – 435
São Luís – 435
Para Jorge Abrahão, coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis e colunista da Folha, o mapa serve como uma provocação para as administrações.
Desafios na Redução da Desigualdade nas Capitais
‘Executivos e Legislativos estão muitas vezes voltados a emergências e urgências, e não conseguem olhar um panorama geral para ver o que ainda precisa ser enfrentado’, diz ele.
‘Desnutrição infantil é uma questão de definir orçamento. Já a violência contra a população LGBTQIA+ tem um caráter cultural, exige campanhas.’
A violência relacionada à sexualidade também é um problema em São Paulo.
Desafios de São Paulo na Luta contra a Desigualdade
A cidade mais populosa do país, com 11,4 milhões de habitantes tem a segunda taxa mais alta de violência contra a população LGBTQIA+, com 8,3 casos a cada 100 mil habitantes.A capital paulista é a 25ª colocada em investimento público em infraestrutura por habitante, segundo dados de 2021 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com R$ 13,18.
Em relação à cobertura vacinal, está em 20º lugar.
Desafios de Porto Velho na Diminuição da Desigualdade
Na última posição do ranking, Porto Velho (com 460 mil habitantes), tem os piores indicadores para feminicídio, população atendida com esgotamento sanitário, recuperação de resíduos sólidos e emissão de CO² per capita. Mas a capital de Rondônia, por outro lado, está em 10º lugar na lista de PIB (Produto Interno Bruno) per capita, segundo dados de 2020 do IBGE.
Desigualdade e Desafios em Vitória e Salvador
A capital que lidera no indicador é Vitória (ES), e a última colocada é Salvador (BA). A cidade também é a melhor posicionada no ranking no quesito de taxa de áreas florestadas e naturais. Está na 13ª posição, mas ainda na primeira metade de lista, em relação à taxa de homicídios, segundo dados do DataSUS de 2021, sistema do Ministério da Saúde, com 36,07 casos por 100 mil habitantes, embora o valor ainda seja considerado alto. A maior taxa foi registrada naquele ano em Macapá (AP), com 62,41 casos por 100 mil habitantes, e a menor, em São Paulo.
Desafios na Segurança Pública
A responsabilidade por políticas de segurança pública está mais ligada às esferas estaduais, das quais fazem parte as polícias Civil e Militar, e à federal, que tem um papel de financiamento e integração.
Mas as cidades precisam, segundo o instituto, avançar na cooperação.
‘O conhecimento para enfrentar isso está dado, temos experiências positivas nas cidades brasileiras.
Desafios na Saúde e na Violência
‘Muitas vezes não é investimento elevado, mas direcionamento de política’, afirma Abrahão. Um indicador que exige políticas integradas (saúde, educação, assistência social), por exemplo, é o de idade média ao morrer, segundo o coordenador do instituto.
Ele cita que a diferença entre bairros de São Paulo chega a 20 anos. O problema está ligado à falta de serviços, mas também à gravidez adolescência e à violência que atinge principalmente jovens negros, entre outras questões.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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