Investidores buscam rentabilidade superior a 7% em ambiente de risco mediano, com volatilidade de 2,61%.
Investidores de risco são aqueles que buscam oportunidades de crescimento em mercados extremamente voláteis, sabendo que esse risco pode afetar negativamente seus investimentos.
Esses investidores estão dispostos a enfrentar os desafios da volatilidade dos mercados financeiros, como a flutuação das bolsas de valores e os desbalances nos multimercados, em busca da potencialização dos seus investimentos. Com essa atitude, eles confiam na capacidade dos fundos de investimento de alavancar seus investimentos em mercados em alta e em momentos de recuperação das bolsas. Dessa forma, eles buscam obter retornos mais altos a longo prazo, apesar da incerteza dos mercados.
Risco é a palavra-chave nos fundos multimercado
Os investidores brasileiros que apostaram nos ativos e fundos de risco que investem no mercado doméstico enfrentam um problema crônico: o risco não está sendo compensado pela rentabilidade. O desempenho dos fundos multimercado tem sido decepcionante, com o Índice de Hedge Funds (IHFA) da Anbima rendendo apenas 71% do CDI no ano passado e 55% até novembro último.
Captações líquidas negativas e ambiente econômico nefasto
Desde finais de 2021, os fundos multimercado têm sofrido com a concorrência do aumento da taxa Selic e do aumento da percepção de risco no mercado brasileiro. O resultado é que eles enfrentaram captações líquidas negativas frequentes desde 2022, com 33 meses de saídas negativas nos últimos 35 meses. Até novembro deste ano, os saques líquidos atingiram R$ 324 bilhões, com todos os meses registrando números negativos.
O ambiente econômico piorou e o risco aumentou
O ambiente econômico piorou nas terras brasileiras desde 2021, com a PEC dos precatórios, mudanças regulatórias e deterioração do quadro fiscal brasileiro. Isso reduziu a confiança, desancorou as expectativas e perdeu valor dos ativos domésticos. Os fundos multimercado são um exemplo disso, com uma amostra de pouco mais de 600 fundos ofertados para o público em geral acumulando rentabilidade de 7,15% contra 9,85% do CDI, ou 73% do CDI.
Risco e volatilidade nos fundos multimercado
A situação se torna um pouco pior quando se computa o risco, já que este resultado inferior ao CDI foi alcançado a partir de um risco mediano de 3,74%. Apenas um terço dos fundos da amostra conseguiram superar o desempenho do CDI, com rentabilidade mediana de 12,40% e volatilidade de 2,61%. O risco aqui é menor que o do grupo como um todo, o que explica essa aparente inconsistência.
Aflição e concentração nos fundos multimercado
O olhar detido sobre esta amostra indica que os melhores desempenhos foram obtidos pelos gestores que preferiram se afastar dos ativos brasileiros. Embora a filosofia de investimentos dos multimercados seja diversificar os riscos, o que se pôde ver foi que a concentração foi premiada. Os campões em rentabilidade foram os gestores que concentraram suas aplicações em outros mercados.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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