No centro do Rio, praça lotada por milhares: mobilizações antimanicomial, apresentações culturais; internamentos compulsórios, comunidades, instituições psiquiátricas; renascer, tratamento ambulatorial; Lei 10.216/2001, Guerra contra instituições assistenciales.
A praça da Cinelândia, no coração do Rio de Janeiro, foi cenário de uma intensa luta nesta sexta-feira (17) em prol da luta antimanicomial. Os manifestantes se reuniram a partir das 11h e a manifestação se estendeu durante toda a tarde, com várias performances e atividades culturais. O evento contou com apresentações de capoeira, bloco de carnaval, coral, roda de samba, saral, e outras atrações que destacaram a importância da luta pela saúde mental.
Em meio à luta contra manicômios e em defesa dos direitos sociais e de saúde para todos, o movimento antimanicomial ganhou destaque na Cinelândia. A diversidade de expressões artísticas e a presença marcante da comunidade reforçaram a mensagem de que é fundamental continuar a luta por uma sociedade mais inclusiva e acolhedora. A mobilização foi um exemplo inspirador de união e resistência em prol de um futuro mais justo e igualitário para todos.
Luta Antimanicomial: Mobilização e Resistência
A mobilização em prol da luta antimanicomial ganha força às vésperas do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, marcado anualmente em 18 de maio. O Núcleo Estadual do Movimento da Luta Antimanicomial (Nemla-RJ) e a Associação dos Cuidadores da Pessoa Idosa, da Saúde Mental e com Deficiência do Estado do Rio de Janeiro (Acierj) convocaram a ação.
As entidades, em comunicado nas redes sociais, reforçam a importância da luta contra manicômios, destacando a urgência do fim dessas instituições. Além disso, ressaltam a relevância da data também para o Dia Internacional de Luta Contra à LGBTfobia, celebrado em 17 de maio, para chamar atenção à discriminação presente nesses ambientes.
Manicômios, sob diferentes nomes como comunidades terapêuticas, internamentos compulsórios, abrigos e instituições psiquiátricas, são alvo de críticas. Espaços onde a liberdade é cerceada e a tortura é uma realidade, especialmente para a comunidade LGBT.
A Nemla-RJ destaca em seu manifesto a necessidade de combater a patologização dos desejos e identidades, denunciando os danos causados por práticas de ‘cuidado’ que buscam enquadrar as pessoas em padrões normativos. O ato em comemoração ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial foi realizado na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro.
Durante o evento, uma participante exibia um cartaz com a mensagem impactante: ‘Passei mais de mil dias internada em hospitais psiquiátricos entre os 14 e os 22 anos. A juventude perdida ninguém devolve’. Nas redes sociais, diversas manifestações de apoio ao movimento foram compartilhadas, fortalecendo a luta pelos direitos sociais e de saúde para todos.
O movimento antimanicomial foi fundamental para o renascimento democrático no país e para a batalha pela livre expressão de cada indivíduo. Os manicômios, focados em internações prolongadas, são alvo de críticas por não respeitarem a individualidade dos pacientes.
A luta contra essas instituições no Brasil resultou na promulgação da Lei Federal 10.216/2001, que estabeleceu a Política Antimanicomial. Essa legislação preconiza um modelo assistencial em saúde mental, priorizando a reinserção social por meio de tratamento ambulatorial em detrimento da internação.
Apesar de mais de duas décadas desde a aprovação da lei, as organizações que defendem o fim dos manicômios ainda precisam se mobilizar para garantir sua implementação efetiva em todo o território nacional. Em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, o Hospital Psiquiátrico Santa Mônica encerrou suas atividades em fevereiro deste ano, sendo o último manicômio conveniado ao SUS em funcionamento no estado.
Fonte: @ Agencia Brasil
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