Reunião de presidentes democratas e setores progressistas em evento paralelo à Assembleia da ONU para combater ódio e fortalecer movimentos similares na Casa Legislativa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressa sua preocupação com o avanço da extrema-direita em nível global e planeja propor uma ação internacional para combater essa tendência. Lula pretende organizar um encontro com ‘líderes democráticos’ durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que acontecerá em setembro, na cidade de Nova York.
Esa iniciativa de Lula visa fazer frente ao incremento do radicalismo de direita e reforçar a união entre as forças que combatem o ultraconservadorismo e o conservadorismo radical. É essencial promover a colaboração entre as nações para contrapor com eficácia as ameaças representadas por esses movimentos extremistas.
Extrema-direita em pauta: situação atual e reflexões
Nós estamos vivendo um novo período em que os setores conservadorismo radical, ultraconservadorismo, e radicalismo de direita têm ganhado destaque. É crucial que os setores de esquerda, os setores progressistas e os setores democráticos se organizem e se preparem para enfrentar essas forças, como destacou Lula durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
Durante o encontro, Lula abordou casos de violência e intolerância no Brasil, ressaltando a presença de um ódio estabelecido que antes não era tão prevalente no país. O ex-presidente mencionou que movimentos semelhantes têm surgido em outras nações, como nos Estados Unidos e em países europeus, onde a ascensão da extrema-direita tem sido notória.
Lula também fez menção aos recentes acontecimentos nos Estados Unidos, citando a invasão ao Capitólio por apoiadores de Donald Trump em janeiro de 2021. Ele ressaltou a importância de preservar as instituições democráticas e de não permitir que a negação delas prevaleça, mesmo diante de atos tão danosos como a invasão ao legislativo.
O presidente brasileiro fez uma análise da conjuntura política da América do Sul, destacando um retrocesso causado pelo avanço da extrema-direita na região. O crescimento da xenofobia, do racismo e da perseguição a minorias, assim como a defesa de pautas conservadoras, são preocupações evidentes nesse cenário.
Lula ressaltou a importância de fortalecer as instituições democráticas para garantir a estabilidade política e social. Ele apontou a necessidade de um enfrentamento sério e profundo a essas correntes extremistas que ameaçam os princípios democráticos.
Além disso, o ex-presidente mencionou a expectativa internacional em relação ao Brasil e a sua atuação em fóruns internacionais, onde ele tem sido um crítico ferrenho das tendências extremistas. Lula destacou a importância de retomar o diálogo democrático e combater a narrativa de ódio disseminada por esses movimentos.
Relações diplomáticas e desafios na América do Sul
Em outro ponto da conversa, Lula abordou as relações do Brasil com países sul-americanos, como a Argentina. Ele comentou a recente visita da chanceler argentina, Diana Mondino, ao Brasil, em meio ao governo do presidente Javier Milei, representante da extrema-direita.
Durante a campanha eleitoral na Argentina, Milei chegou a ameaçar cortar relações com o Brasil, o que gerou preocupação e incertezas sobre o futuro das relações bilaterais. Ainda não ocorreu um encontro entre Lula e Milei, mas a presença do ministro brasileiro Mauro Vieira na posse do argentino foi um sinal de diálogo entre os países.
Lula destacou a importância de manter um canal aberto de comunicação e cooperação entre nações sul-americanas, mesmo diante de divergências ideológicas e políticas. A diplomacia ativa e o diálogo constante são fundamentais para a construção de relações sólidas e respeitosas na região.
Fonte: @ Agencia Brasil
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